Enfermeiros despedidos por email

O Ministério da Saúde dispensou 22 enfermeiros em Odivelas por correio electrónico depois de já ter despedido 24 profissionais em Lisboa, denunciou esta segunda-feira o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), escreve a Lusa.

Em comunicado, o SEP diz que a medida resulta do memorando de entendimento com a «troika» internacional, tendo o Ministério da Saúde emitido um despacho em que é divulgado que durante 2012 «pretende efectuar cortes de onze por cento nos custos operacionais das instituições de saúde integradas no sector empresarial do Estado».

«No entanto, estes cortes já iniciaram no distrito de Lisboa, com o despedimento de 24 enfermeiros que exerciam funções no Agrupamento de Centros de Saúde Grande Lisboa III - Lisboa Central», diz o sindicato.

Segundo o SEP, há «dezenas de postos de trabalho de enfermeiros que se encontram ameaçados já no mês de Outubro», caso do «Agrupamento de Centros de Saúde da Grande Lisboa V - Odivelas que tem 22 enfermeiros nesta situação», lê-se no comunicado.

O sindicato adianta que o Agrupamento de Centros de Saúde da Grande Lisboa V - Odivelas deveria ter 109 enfermeiros no mapa de pessoal, mas conta apenas com 46 e que para colmatar essa carência o agrupamento conta 10 enfermeiros em acumulação de funções, 11 enfermeiros com contrato de trabalho em funções públicas com termo e 22 enfermeiros subcontratados por uma empresa de prestação de serviços, totalizando 89 enfermeiros.

Relativamente a estes 22 profissionais, o SEP denuncia que «receberam por mensagem de correio electrónico a informação que "devido à conjuntura económica que o país atravessa e, consequentemente, às diversas medidas de redução de custos que o Ministério da Saúde" a partir do dia 31 de Outubro a empresa não continuaria com a prestação de serviços, informação esta já confirmada aos enfermeiros pela direcção de Agrupamento».

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses diz ter conhecimento de que estes 22 profissionais de saúde faltaram hoje ao trabalho «como forma de protesto ao seu despedimento, antevendo as graves consequências para o funcionamento das diversas extensões de saúde do concelho de Odivelas».

«Em risco estão a manutenção da Unidade de Cuidados Continuados, o Centro de Saúde da Pontinha, bem como as extensões de Odivelas A, Olaio, Caneças e Póvoa de Santo Adrião», garante o sindicato.