O resultado de um estudo da Fundação para a Ciência e Tecnologia, realizado por uma equipa científica coordenada por Isabel do Carmo, revela que 53,6 por cento da população portuguesa apresenta pré-obesidade (39,4 por cento) ou obesidade (14,2 por cento).
A totalidade de pré-obesidade e obesidade da população subiu para 53,6 por cento face ao estudo anterior de 1995 a 1998 (49,6 por cento), um acréscimo de quatro por cento.
Para a coordenadora do estudo, Isabel do Carmo, esta realidade está associada ao aumento da alimentação hiper-calórica e ao aumento do sedentarismo populacional.
Cidades ecológicas para combater a obesidade
Outra conclusão do estudo revela os homens se apresentam com mais pré-obesidade e obesidade (60 por cento) do que as mulheres (47,8 por cento) o que, segundo os autores do estudo pode estar relacionado com as mudanças do estilo de vida e o pouco investimento ao nível estético e cultural.
A investigação conclui também que a obesidade está directamente relacionada com o baixo nível sócio-económico e educacional, uma vez que, diz um dos autores, «os alimentos hiper-calóricos são os mais baratos». Por outro lado, os indivíduos com excesso de peso ingerem, na generalidade, uma maior quantidade de bebidas alcoólicas.
«Intervenção urgente»
Diz a coordenadora que há a «necessidade urgente de intervenção preventiva» e que passa a dois níveis: por um lado a prevenção «em crianças com campanhas publicitárias, com a legislação nos bares das escolas e a legislação da publicidade». Segundo Isabel do Carmo o consumo de refrigerantes, bolachas e fast-food nos jovens são considerados «comportamentos de risco».
Por outro lado ao nível do tratamento «alargando as consultas com dietistas e nutricionistas aos centros de saúde e havendo comparticipação nos medicamentos».
A professora aconselha a diminuição do consumo de carne, gorduras, refrigerantes e bebidas alcoólicas, assim como a prática do exercício físico, o consumo de água, de frutas e vegetais.
Os resultados finais do estudo de prevalência da pré-obesidade e obesidade em Portugal realizado entre 2003 e 2005 foram publicados no número de Janeiro de 2008 da Obesity Reviews, órgão da IASO (Internacional Association for the Study of Obesity.
A amostra foi de 8116 indivíduos entre os 18 e os 64 anos, com distribuição nacional proporcional, tal como a distribuição por sexos e grupos etários. Os dados foram recolhidos casa a casa em amostra aleatória entre Janeiro de 2003 e Janeiro de 2005. As medições foram directas e feitas por técnicos com formação.
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Estamos cada vez mais gordos
- Portugal Diário
- Ana Sofia Santos
- 25 jan 2008, 15:27
![Somos gordos, sabemos que o somos, e não fazemos nada](https://img.iol.pt/image/id/19800/1024.jpg)
Homens e pobres são os mais obesos. Culto da imagem «salva» mulheres
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