Ministra acusa farmácias de incitarem utentes a comprar medicamentos - TVI

Ministra acusa farmácias de incitarem utentes a comprar medicamentos

Medicamentos (arquivo)

Governante classificou esta atitude como «um comportamento pouco cívico». «Quanto mais caro venderem, mais ganham», diz Ana Jorge

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A ministra da Saúde acusou as farmácias de incitarem os utentes a comprar mais medicamentos em Setembro devido à alteração das comparticipações, o que terá contribuído para o aumento da despesa estatal com fármacos.

«Houve uma corrida às farmácias motivada pelas próprias que telefonaram para casa dos seus clientes dizendo que as comparticipações dos medicamentos iam ser alteradas, portanto era bom que fosse aviar para mais tempo», afirmou Ana Jorge, mostrando-se preocupada com o aumento de 12,6 por cento da despesa com medicamentos registada em Setembro (em relação ao mesmo mês de 2009).

Em declarações aos jornalistas à margem de uma conferência em Lisboa, a ministra classificou ainda a atitude das farmácias como «um comportamento pouco cívico», lembrando que recebem em percentagem do valor dos remédios: «Quanto mais caro venderem, mais ganham».

Apesar de se afirmar «preocupada» com o aumento dos gastos com medicamentos por parte do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a ministra acredita que a despesa vai descer em Outubro.

«Já temos indicadores, ainda não consolidados, que mostram uma descida franca durante o mês de Outubro, porque as pessoas foram em Setembro buscar mais medicamentos do que necessitavam e fizeram uma espécie de stock em casa», justificou.

Para Ana Jorge, este aumento da despesa não teria ocorrido se já estivesse em vigor a medida que determinou a retirada do preço de venda ao público das embalagens dos medicamentos. Isto porque é necessário dar aos distribuidores e farmácias um prazo de escoamento dos fármacos com o preço antigo.

Aliás, na quarta-feira, a Autoridade do Medicamento anunciou que alargou, pela segunda vez, o prazo para distribuidores e farmácias escoarem os produtos com o preço antigo, sem a baixa de seis por cento decretada pelo Ministério da Saúde.

Assim, as farmácias passam a ter até 14 de Dezembro para vender os remédios sem o desconto de seis por cento, depois de anteriormente ter sido dado um prazo até 14 de Novembro e outro até 30 de Novembro.

Aos jornalistas, a ministra da Saúde explicou que este alargamento do prazo se deveu ao risco de ruptura de stocks de alguns medicamentos.

«Foi necessário alargar o período de escoamento com o objectivo de não prejudicar as pessoas», afirmou.
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