Prisões: consumo de droga está a diminuir - TVI

Prisões: consumo de droga está a diminuir

Prisão (arquivo)

Estudo elaborado pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa é apresentado hoje

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O consumo de droga nas prisões portuguesas está a diminuir ligeiramente, bem como o número de reclusos que já alguma vez durante a sua vida consumiu qualquer tipo de estupefacientes, concluiu um estudo que será esta terça-feira apresentado em Lisboa, escreve a Lusa.

O estudo elaborado pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), no âmbito de um contrato com o Instituto da Droga e da Toxicodependência, concluiu que de 2001 para 2007 houve uma «diminuição das percentagens de reclusos» que já consumiram qualquer tipo de droga na prisão.

Em 2007 havia 29 por cento dos reclusos dos estabelecimentos prisionais portugueses a consumir cannabis, quando seis anos antes essa percentagem era de 39 por cento.

Também o consumo de heroína desceu (de 27 para 13 por cento), à semelhança da cocaína, anfetaminas e ecstasy, que registaram todas um decréscimo de consumidores dentro das prisões.

O estudo concluiu ainda que se deu igualmente uma «ligeira diminuição» na percentagem de reclusos que alguma vez durante a sua vida consumiu drogas: em 2001 eram 66 por cento e 64 por cento em 2007.

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No entanto, os investigadores sublinham que estes valores «continuam bastantes superiores aos da população geral».

Apesar da redução global no consumo de drogas ao longo da vida dos reclusos, notou-se um aumento de três pontos percentuais no recurso ao ecstasy (de 17 para 20 por cento).

A substância mais consumida a seguir à cannabis ao longo da vida dos reclusos foi em 2007 a cocaína, ao contrário do que acontecia em 2001, quando era a heroína o segundo tipo de droga mais prevalente.

Crimes ligados à droga

A análise comparativa mostra também que a condenação por crimes directa ou indirectamente relacionados com droga continua a ser a principal causa de prisão, apesar de haver um ligeiro decréscimo.

Quanto às doenças infecciosas, houve, nos anos em comparação, uma diminuição de testes positivos ao VIH e hepatites B e C, apesar de ter aumentado o número de reclusos que fizeram rastreios a estas patologias.

Em 2001 havia 16 por cento de presos com VIH, percentagem que baixou para os 10 por cento no ano passado.

Nas hepatites, o tipo B registou uma diminuição de cinco pontos percentuais (10 por cento para cinco por cento) e no tipo C de quatro pintos percentuais (de 27 por cento para 23).

Segundo um comunicado enviado à Lusa com a síntese do estudo do ISCTE, o «Instituto da Droga e da Toxicodependência reconhece haver ainda um longo caminho a percorrer até que sejam atingidos os objectivos ambiciosos do Plano de Acção de Luta Contra a Droga e a Toxicodependência».
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