Saúde: SNS é «marca» do regime democrático - TVI

Saúde: SNS é «marca» do regime democrático

  • Portugal Diário
  • 23 fev 2008, 12:30
Saúde: SNS é «marca» do regime democrático

Partidos consideram modelo do Serviço Nacional de Saúde «vitorioso» e «válido»

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Quase três décadas depois da criação do Serviço Nacional de Saúde (SNS), da esquerda à direita existe a ideia unânime de que se trata de um sistema «vitorioso», um «modelo válido» e uma verdadeira «marca» do regime democrático, escreve a Lusa.

«O SNS é o melhor serviço público português», disse o deputado do BE e médico João Semedo, quando se assinalam 30 anos sobre a primeira vez que o Serviço Nacional de Saúde foi publicamente apresentado pelo então ministro dos Assuntos Sociais, António Arnault.

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Confesso «entusiasta» do SNS, João Semedo não poupou elogios ao sistema, considerando que se trata de uma das mais conseguidas mudanças possibilitadas pelo regime democrático.

Contudo, para o deputado do BE, ao longo da sua história o SNS tem sofrido «mutilações cirúrgicas que o têm descaracterizado».

«O estatuto do SNS, sempre que foi alterado, foi no mau sentido», lamentou, apontando como exemplo a mudança do sistema de «gratuito» para «tendencialmente gratuito».

«Modelo ganhador»

A deputada socialista e ex-ministra da Saúde Maria de Belém Roseira corroborou o entusiasmo pelo SNS, classificando-o como «um modelo ganhador».

«Com ele conseguimos que os indicadores de saúde subissem», sustentou, admitindo, contudo, a necessidade de «ajustamentos» constantes.

«O modelo precisa sempre de ajustamentos, deve ser moldado ao tempo. Por exemplo, há 30 anos não havia hemodiálise. O modelo tem sempre de se ir modernizando e evoluindo», referiu, defendendo a continuação do SNS como um sistema «tendencialmente gratuito».

Necessidade de «alterações»

Para a deputada do CDS-PP Teresa Caeiro o SNS continua também a «fazer todo o sentido».

Contudo, acrescentou, para manter o SNS são necessárias «alterações profundas», nomeadamente quanto à sua forma de financiamento.

«O SNS está quase em ruptura. É preciso encontrar outras soluções [de financiamento] sob pena de se perder o SNS», salientou a deputada democrata-cristã.

Papel decisivo

Também para o líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, o SNS desempenhou um papel decisivo na melhoria dos cuidados de saúde e na democratização ao seu acesso.

«O seu papel é francamente positivo e tem resistido aos sucessivos ataques dos sucessivos Governos», declarou, apontando a alteração de sistema gratuito para sistema «tendencialmente gratuito» como um desses «ataques».

Mas, acrescentou, apesar de «enfraquecido», o SNS continua a ser uma «peça-chave» que deve ser defendida e melhorada.

«Valor a ser preservado»

«Francamente positiva» é igualmente a avaliação que a deputada do PSD Ana Manso faz de três décadas de SNS.

«É um valor que deve ser preservado, embora possa ser melhorado. É com ele que nos identificamos», afirmou, defendendo a continuidade do SNS como «tendencialmente gratuito».

Ana Manso não deixou, contudo, de apontar as «machadadas» que o SNS tem recebido ao longo dos anos, em particular desde que o actual governo de maioria PS entrou em funções.
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