Sismo em Lisboa: INEM esgota capacidades - TVI

Sismo em Lisboa: INEM esgota capacidades

Um figurante e um bombeiro ficaram mesmo feridos

NOTÍCIA ACTUALIZADA

O INEM esgotou as suas capacidades em 21 horas de sismo fictício e com cerca de 100 mortos, tendo sido necessário recorrer às Forças Armadas e ao apoio europeu, informa a Lusa.

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Em conferência de imprensa, o comandante operacional nacional da Autoridade Nacional de Protecção Civil, Gil Martins, disse que o INEM esgotou todos os meios no terreno e as autoridades de saúde tiveram que solicitar apoio às Forças Armadas para o transporte de doentes e meios hospitalares, como equipas médicas e camas.

A ajuda europeia também está a ser testada, sendo necessário transferir 40 doentes queimados. Para Espanha vão ser transportados 20 e os restantes para a França.

Gil Martins explicou, que num cenário real, o INEM «só esgotaria as suas capacidades com um número mais elevado de vítimas», uma vez que os meios no simulacro são mais reduzidos e o INEM continua a fazer o seu trabalho diário.

INEM desmente

O INEM esclareceu, mais tarde, que os seus meios não foram esgotados em 21 horas no simulacro, tendo apenas tomado uma decisão operacional para garantir o socorro aos sinistrados.

Fátima Roque, responsável do INEM no simulacro do sismo, disse aos jornalistas que o INEM decidiu pedir ajuda à Direcção Geral de Saúde para o transporte de doentes, função que é da responsabilidade da instituição, porque decidiu que os elementos que intervêm no exercício deveriam dedicar-se apenas ao socorro pré-hospitalar.

Participam no exercício entre 110 e 120 elementos do INEM, mas, se o cenário fosse real, os meios humanos duplicavam.

Um sismo com hora marcada

Dificuldades no sistema de comunicação foram o principal problema, tendo sido necessário «agilizar alguns procedimentos de informação a nível distrital, nacional e municipal», afirmou.

Frisou que o exercício serve para «treinar e apreender» e que as falhas fazem parte da aprendizagem, acrescentando que é com estas lições que se vai corrigir o Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico para a Área Metropolitana de Lisboa, que está a ser testado no simulacro antes de ser aprovado pelo Governo.

Os imprevistos que até deixaram dois feridos

Ao longo deste sábado, realizaram-se cenários em Lisboa, no Centro Comercial Colombo e na zona oriental ribeirinha, em Vila Franca de Xira, Seixal, Póvoa de Santa Iria e Benavente. Ao longo da tarde decorrem exercícios em Alfama, Lisboa, no centro histórico de Almada e Porto Alto.

Com dois dias de exercício, houve já alguns imprevistos, como um figurante no Seixal e um bombeiro em Porto Brandão que ficaram ligeiramente feridos, o helicóptero Kamov fez sexta-feira o salvamento das vítimas num local que não estava previsto e o treino no Centro Comercial Colombo começou atrasado.

O «abalo» ocorreu sexta-feira às 15h50 e, até ao momento, já provocou 106 mortos, mais de 300 feridos, 30 desaparecidos e 488 desalojados nos distritos de Lisboa, Santarém e Setúbal.
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