«A minha filha está com os pais certos» - TVI

«A minha filha está com os pais certos»

  • Marta Ferreira
  • 19 jan 2007, 18:11
«A minha filha está com os pais certos»

Mãe biológica vai «fazer tudo» para que filha fique com pais adoptivos

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Todos falam do sargento do exército, do pai biológico e da menina que está a ser disputada. Até agora, só a mãe biológica da criança de cinco anos não tinha «dado a cara» para falar do caso. Esta sexta-feira, Adidina Porto finalmente falou, numa entrevista exclusiva ao 24horas.

A mãe biológica da criança, que está a ser disputada em tribunal pelos pais adoptivos e pelo pai biológico, chama-se Aidida Porto. Tem 41 anos, é brasileira e mora em Portugal. Quando teve a filha, estava desempregada e ilegal, a morar na Sertã. Acredita que, «por amor à filha», fez o melhor que podia fazer ao entregá-la para adopção. E garante que é «por amor ao futuro da filha» que defende que ela deve ficar com os pais que a criaram.

«O pai biológico nunca será um bom pai», diz, em entrevista ao 24horas.

E justifica, dizendo que quando contou a Baltasar Nunes que estava grávida, «ele disse-me que lhe estava a estragar a vida. [...] Ele prometia muito mas nunca nos deu nada. Era só conversa de malandro. [...] Nem para registar a menina ele apareceu no notário».

«A mão de Deus pesa»

Nunca pensou em abortar, «porque conheço as leis de Deus e da Bíblia. A mão de Deus pesa», e diz mesmo que não sabe se «o desígnio daquela menina não era mesmo fazer uma família feliz como aquela onde ela está agora».

«Eles foram uma dádiva de Deus»

Sobre a família que acolheu a filha, diz que «foram uma dádiva de Deus» e sobre o pai adoptivo, o sargento Luís Gomes, comenta: «Um pai que vai para a cadeia por causa da filha que criou... Quer maior prova de amor? A minha filha está com os pais certos».

E por achar que é com os pais adoptivos que a filha deve ficar, Aidida Porto diz: «Estou pronta a lutar pela minha filha, para que ela fique com o pai e mãe que tratam dela, com muito amor, desde pequenina».

«Estou disposta a fazer tudo»

Para tal, depois de encontrar o número de telefone da advogada do pai adoptivo na Internet, no site da Ordem dos Advogados, ligou-lhe. «Estou disposta a fazer tudo, a colaborar no que puder para que a filha que dei à luz continue a ser tratada por aquela família.

Sara Cabeleira, a advogada do sargento Luís Gomes, confirmou ao PortugalDiário que Adidina Porto tentou entrar em contacto com ela.

«A mãe biológica da menina ligou para o meu escritório mas eu estava forma, num julgamento. Não deixou contactos. Nunca tive falei com ela», disse a magistrada ao PortugalDiário.

A advogada adiantou ainda que «no processo-crime, Adidina Porto não foi chamada a depor». Questionada sobre a disponibilidade que a mãe biológica da menina mostrou para ajudar no caso dos pais adoptivos, Sara Cabeleira não quis comentar, dizendo apenas que só depois de contactar com Adidina poderá adiantar alguma coisa.

«Vê-la? Talvez um dia¿»

Adidina gostava de ter a filha de volta, mas admite: «Não tenho esse direito. Por amor a ela e a eles, que a criaram. [...] Estou-lhes muito agradecida».

Sobre a hipótese de ver a menina, confessa que «adorava saber como ela está, mas não tenho coragem. Talvez um dia...»
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