Sida: Portugal gasta menos em prevenção - TVI

Sida: Portugal gasta menos em prevenção

  • Portugal Diário
  • 13 mar 2007, 16:34

Ministro da saúde defende maior investimento do governo

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O ministro da Saúde defendeu esta terça-feira uma maior aposta na prevenção da infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Adquirida (VIH) e lembrou que Portugal gasta quinze vezes mais com a terapêutica do que com a prevenção. A informação foi avançada pela agência Lusa.

António Correia de Campos falava à Lusa no final da conferência europeia sobre Sida, promovida pela presidência alemã da União Europeia e a decorrer desde segunda-feira em Breman.

Para o ministro, a conferência foi «muito positiva», principalmente pelo convite que foi formulado à indústria farmacêutica para «facilitar o acesso ao tratamento de uma forma sustentada».

António Correia de Campos destaca esta conclusão do encontro, uma vez que existem países que não conseguem pagar a elevada factura da despesa com medicamentos para o tratamento do VIH/Sida.

A necessidade de um acordo com a indústria farmacêutica foi pormenorizada por António Correia de Campos, que lembrou as enormes diferenças que existem entre alguns países com os gastos com a terapêutica.

A Rússia, a África do Sul e o Brasil gastam 500 euros anuais com cada doente que recebe terapêutica contra o VIH, enquanto outros países chegam a gastar 10 mil.

O Estado português sustenta, actualmente, todos os custos com os tratamentos para a doença, embora o ministro defenda um maior investimento na prevenção.

«Gastamos quinze vezes mais com a terapêutica do que com a prevenção», disse o ministro, especificando que, anualmente, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) gasta 13 milhões de euros com a prevenção, organização e apoio a organizações não governamentais envolvidas na área e 150 milhões com a terapêutica.

Correia de Campos frisou a importância desta porta que ficou aberta em Breman para a negociação «país a país com a indústria farmacêutica».

O ministro destacou igualmente destes dois dias de debate o apelo à sociedade civil para que esta assuma um papel mais determinante na definição de estratégias de prevenção e combate da doença.

Por outro lado, o encontro determinou uma ligação mais forte à União Europeia e aos meios de que esta dispõe para estabelecer instrumentos na formação e na importância da formação.

De acordo com o relatório do Centro de Vigilância Epidemiológica das Doenças Transmissíveis, em 31 de Dezembro do ano passado estavam notificados em Portugal, 30.366 casos de infecção VIH/Sida «nos diferentes estados de infecção».

O total acumulado de casos de Sida em 31 de Dezembro de 2006 era de 13.515, dos quais 449 causados pelo vírus VIH2, e 189 casos que referem infecção associada aos vírus VIH1 e VIH2.
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