Mirandela: família de Leandro está «revoltada» com escola - TVI

Mirandela: família de Leandro está «revoltada» com escola

Direcção Regional de Educação do Norte já procurou contactar os pais, mas subsiste a sensação de que muito há por explicar

NOTÍCIA ACTUALIZADA ÀS 15:50

Uma semana depois de ter desaparecido no rio Tua, a família continua à espera de uma explicação por parte da Escola EB 2,3 Luciano Cordeiro, em Mirandela.

«Não há respostas da escola. Ontem esteve cá em casa o director regional de educação do Norte, mas da parte da escola ainda não houve nenhuma palavra», confessou à TVI Amália Nunes, mãe do rapaz de doze anos.

A revolta é latente, confirma a tia de Leandro, Paula Nunes. «Este sentimento vai manter-se enquanto não derem uma palavra à família», vincou.

«O irmão e os primos foram esta semana à escola, mas estamos com medo, porque uma mãe da menina que bateu ao Leandro já ameaçou os meninos», conta, assegurando que não pretende ficar imóvel perante estes actos.

«Sabemos que as autoridades estão a tentar perceber o que se passou», mas para já não existem mais informações. O que se sabe é que a escola está a tentar mudar algumas regras, nomeadamente quanto à entrada e saída dos alunos. «Hoje telefonaram de lá a perguntar se podiam deixar os miúdos, mas na segunda-feira não foi assim e amanhã pode voltar ao que era», desabafou a tia do Leandro.

Nas margens do Tua prosseguem, entretanto, as buscas para encontrar o corpo do rapaz. O inquérito realizado pela escola é inconclusivo, pelo que agora cabe à Inspecção-Geral de Educação conduzir um novo inquérito, já que a investigação criminal está a cargo da PSP.

DREN pede calma

O director regional de Educação do Norte justificou, entretanto, a necessidade de ouvir mais pessoas no âmbito do processo de averiguações.

«A DREN considerou que havia necessidade de alargar o âmbito de acção do relatório e que era necessário ouvir mais pessoas", disse António Leite aos jornalistas, em Lisboa. O responsável defendeu que neste momento «é útil» que quem está a elaborar o relatório possa ter «algum sossego» para o fazer «de maneira tranquila, ouvindo quem tem de ouvir, juntando ao processo os documentos que tem de juntar», informa a agência Lusa.

António Leite escusou-se a revelar o conteúdo de um primeiro relatório da escola frequentada pela criança, bem como a avançar eventuais suspeitas sobre o sucedido. «O que nós podemos vir a saber é o que vier a estar no relatório final e no relatório que a PSP vier a entregar», referiu, acrescentando: «Aliás, acho que era útil que todos compenetrássemos que neste momento sabemos muito pouco, mesmo os que acham que sabem muito».

«É por isso que o relatório é importante, por isso é que é importante que ele decorra com tranquilidade, para que possa ser feito com a rapidez necessária, para respeitando a dor daqueles pais, daquela comunidade, podermos chegar às conclusões que nos permitam actuar a partir daí», acrescentou.

António Leite declarou ainda não dispor de qualquer indicação de no passado ter havido negligência da escola: «Esperamos tranquilamente que o relatório nos diga também alguma coisa sobre isso. Não quero tirar nenhuma conclusão antes do relatório. Os inquéritos produzem-se para tirarmos conclusões e para descobrirmos a verdade e não para comprovar verdades que previamente foram estabelecidas».

António Leite, defendeu que o relatório deve ser rapidamente concluído para devolver a tranquilidade à comunidade, embora pedindo «o tempo necessário para que possa ser feito com condições de qualidade» e para possa ser «um documento credível».
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