Vale e Azevedo diz que pensou em suicidar-se - TVI

Vale e Azevedo diz que pensou em suicidar-se

Vale e Azevedo

«Foi preciso muita força para não por termo à vida», diz, e entrevista à agência Lusa.

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O ex-presidente do Benfica Vale e Azevedo, a aguardar em Londres a decisão de extradição para Portugal, confessou que esteve quase a suicidar-se em fevereiro de 2004, após o episódio em que esteve em liberdade 14 segundos.

«Foi o momento mais difícil em toda a minha vida. Tive de ter muita força para não por termo à vida», disse Vale e Azevedo em entrevista à agência Lusa.

Vale e Azevedo referiu que tem estado a viver «um inferno» desde 2001, com mais «de 500 sessões de tribunais e processos que são vira o disco e toca o mesmo», e que os 14 segundos em liberdade a 19 de fevereiro de 2004 e a imediata detenção «foi um momento de enorme provação».

«Ainda hoje é um episódio que me emociona e me perturba extraordinariamente e que perturbou a minha família extraordinariamente. Penso que tive sorte também dos meus filhos e da minha mulher terem resistido», frisou, recordando aqueles momentos em que foi detido logo que transpôs a porta do estabelecimento prisional da Polícia Judiciária em Lisboa: «Foi das coisas piores que se podem fazer a uma pessoa». «Não esqueço. E não esqueço, obviamente, quem mo fez», acrescentou, em referência ao juiz Ricardo Cardoso.

Vale e Azevedo afirmou à Lusa que «o inferno» em que vive desde 16 de fevereiro de 2001, altura em que foi detido no âmbito do processo Ovchinnikov, lhe destruiu a vida:

«Todo esse percurso, a prisão e os processos, destruiu completamente a minha vida. Obrigou-me a mudar, a fazer um esforço para sobreviver e continuar a sobreviver e ir em frente», sublinhou o ex-presidente do Benfica, à espera que o High Court, tribunal inglês de instância superior, marque a audiência para decidir a sua extradição para Portugal.

«Não se pode dizer que uma justiça é justa quando põe uma pessoa permanentemente há dez anos a ser julgada pelos mesmos factos. Isto não é justiça. Não pode ser justa para uma pessoa que cumpriu seis anos de uma pena de 11 anos e está há quatro anos no regime de permanência na habitação», salientou.
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