Violência doméstica: número de casos aumenta de forma significativa - TVI

Violência doméstica: número de casos aumenta de forma significativa

Violência [arquivo]

Centro de Atendimento a Mulheres Vítimas de Violência da UMAR, no Porto, fala em «dificuldades» em encontrar vagas em casas abrigo.

Relacionados
O número de casos de violência doméstica «aumentou de forma significava» nos últimos dois meses. A garantia foi dada pela responsável pelo Centro de Atendimento a Mulheres Vítimas de Violência da UMAR, no Porto, que afirma existirem «dificuldades» para encontrar vagas em casas abrigo.

Em declarações à Lusa, Ilda Afonso atribuiu o aumento de denúncias ao facto de vivermos um período de férias, em que o agressor passa mais tempo em casa, e ao elevado número de notícias sobre homicídios de mulheres.

«Talvez devido ao receio de que lhes possa acontecer o mesmo, as vítimas decidem denunciar e fugir da situação», explicou a responsável.

Além das denúncias, este mês chegaram também vários pedidos de outras instituições de solidariedade social ao Centro a solicitar acolhimento para mulheres. «Os telefones não paravam de tocar», disse.

Apesar da dificuldade em encontrar vagas em casas abrigo, Ilda Afonso considerou que as que actualmente existem são suficientes, explicando que «o que falta são respostas intermédias e imediatas».

«As casas abrigo deveriam ser utilizadas apenas nos casos em que a mulher corre risco de vida e não como a única solução, porque muitas vezes não há necessidade de deixar os empregos, as escolas dos filhos para irem para um sítio que não conhecem e começarem uma vida de novo», disse.

No primeiro semestre de 2010, o Centro de Atendimento da UMAR no Porto acompanhou 64 mulheres vítimas de violência, com 81 filhos dependentes, num total de 145 pessoas.

Os maus-tratos físicos mais frequentes são as bofetadas, empurrões, pontapés e murros. Quatro utentes foram vítimas de tentativa de homicídio e oito de tentativa de estrangulamento.

A rede nacional de casas abrigo foi criada em 2000 e actualmente existem 36 casas. Estas unidades residenciais têm como objectivo proporcionar acolhimento temporário a mulheres vítimas de violência doméstica acompanhadas ou não de filhos menores.
Continue a ler esta notícia

Relacionados