101 menores de 15 anos abortaram em 2010 - TVI

101 menores de 15 anos abortaram em 2010

Grávida (arquivo)

No ano passado realizaram-se 18.911 interrupções voluntárias da gravidez em Portugal. 340 mulheres fizeram dois abortos no mesmo ano

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Em 2010 realizaram-se em Portugal 19.436 abortos, revelam os dados da Direcção Geral de Saúde (DGS) sobre a interrupção voluntária da gravidez (IVG) até às 10 semanas. 18.911 abortos (97%) foram opção da mulher, menos 311 que no ano anterior.

Segundo a DGS cerca de dois terços das mulheres que abortaram por opção (76,23%) tinham entre 20 e 34 anos, idades em que se registaram o maior número de nascimentos. E 101 (0,52%), tinham menos de 15 anos na altura da interrupção.

Cerca de 66% das mulheres opta pelo método medicamentoso para interromper a gravidez, sendo que 32% escolhe o aborto cirúrgico com anestesia geral.

Quase um quarto das mulheres que abortou em 2010 (24,5%) já tinha feito pelo menos um aborto antes e 340 mulheres (1,8%) tinham mesmo feito outra interrupção no mesmo ano.

Mais de 250 mulheres que interromperam a gravidez em 2010 tinham feito três ou mais abortos anteriormente e, destas, quatro já tinham abortado mais de dez vezes, mas 75,41% nunca tinha abortado antes.

Mais de metade (51,8%) das mulheres tinham um ou dois filhos e 39,6% não tinha filhos e, segundo os dados da DGS, entre 94 e 97% opta depois por um método contraceptivo.

Em 68,5% dos casos, as interrupções voluntárias da gravidez por opção da mulher foram realizadas em unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS). E cerca de metade (55,20%) dos abortos feitos em Portugal ocoreram na Região de Lisboa e Vale do Tejo.

Foi na Clínica dos Arcos que se registaram mais interrupções de gravidez, 5861 em 2010. No sector público, a Maternidade Alfredo da Costa (Lisboa) surge no topo, com 1628, seguida da Maternidade Júlio Dinis (Porto), com 1045, e o Hospital de Faro (842).

A DGS salienta que na contabilização das IVG por opção, realizadas em unidades privadas, 1.441 (24% do total de IVG por opção realizadas ocorrem no sector privado) são de mulheres que se dirigem, por iniciativa própria, à unidade de saúde, não sendo por isso referenciadas pelo SNS.

No que diz respeito à situação laboral da mulher, 19% são trabalhadoras não qualificadas, 17% estudam, 17% encontram-se desempregadas e 16% estão classificadas na categoria de «agricultoras, operárias, artífices e outras trabalhadoras qualificadas».

A DGS diz que «a redução do número de gravidezes não desejadas deve assentar numa estratégia sustentada de educação sexual, acessibilidade a métodos de contracepção e promoção da contracepção eficaz e segura».



«Apesar de a contracepção ser habitualmente pensada como uma responsabilidade feminina, é necessário integrar o conceito de prevenção da gravidez nos programas de educação sexual e de promoção da saúde sexual e reprodutiva masculina», adianta. «Questões como prevenção da gravidez e de infecções sexualmente transmissíveis devem ser, numa sociedade que se pretende igualitária em termos de género, entendidas como responsabilidade de mulheres e homens».
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