Face Oculta: atenção a Paulo Penedos é «desproporcional» - TVI

Face Oculta: atenção a Paulo Penedos é «desproporcional»

Face oculta: «Foi só uma vez»

Ricardo Sá Fernandes contesta destaque está a ser dado ao seu cliente no julgamento

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O advogado Ricardo Sá Fernandes, que defende o arguido Paulo Penedos no processo Face Oculta, considerou hoje «desproporcional» o destaque que está a ser dado ao seu cliente no julgamento a decorrer no Tribunal de Aveiro, noticia a Lusa.

«Paulo Penedos está acusado de um crime e parece que este julgamento gira à volta dele», disse Ricardo Sá Fernandes, após o conjunto de questões colocadas pelo procurador do Ministério Público sobre a relação familiar que existia entre Paulo Penedos e o gestor Lopes Barreira, coarguido no processo.

Lopes Barreira era primo da mãe de Paulo Penedos, mas o arguido afirmou nunca ter referido essa relação familiar ao empresário das sucatas Manuel Godinho, principal arguido no caso.

No final da sessão da manhã, o advogado Ricardo Sá Fernandes esclareceu a sua intervenção na sala de audiências, afirmando que se tratou de «um desabafo».

«O dr. Paulo Penedos responde por um crime no quadro de muitas dezenas de crimes que estão em apreciação neste julgamento. Parece-me um bocadinho desproporcional tanto enfoque no dr. Paulo Penedos», acrescentou o causídico.

Paulo Penedos, filho do ex-presidente da REN José Penedos, igualmente arguido neste processo, retomou hoje o seu depoimento, que tinha sido interrompido há mais de três meses, por força da ausência do seu defensor.

Durante a sessão da manhã, o arguido, que é advogado de profissão, voltou a falar sobre as suas funções nas empresas de Manuel Godinho, reafirmando que a sua atividade era a de um «advogado de empresas».

O procurador quis saber se, quando falou com Manuel Godinho, Paulo Penedos se teria disponibilizado para tratar dos assuntos da REN, na altura em que a empresa estatal era dirigida pelo seu pai, ao que o arguido respondeu que não falaram de empresas específicas, mas sim de áreas de atuação.

«Tenho o pai que tenho. É uma pessoa pública, conhecida. Posso renegar as minhas origens? Tenho de deixar de trabalhar por ser filho de José Penedos?», questionou.

Interrogado sobre qual teria sido a sua intervenção nos assuntos relacionados com a REN, o arguido reafirmou que tratava dos «assuntos estratégicos», e assegurou nunca ter falado com ninguém da empresa, para «não constranger ninguém».

Paulo Penedos responde por um crime de tráfico de influência devido a supostos favorecimentos em concursos da REN a troco de contrapartidas.

O processo Face Oculta está relacionado com uma alegada rede de corrupção que teria como objetivo o favorecimento do grupo empresarial do sucateiro Manuel Godinho, nos negócios com empresas do setor empresarial do Estado e com privadas.
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