Fogos: «Eu enganei-me», admite comandante - TVI

Fogos: «Eu enganei-me», admite comandante

Vitor Vaz Pinto assume que se enganou na estratégia

Relacionados
O comandante nacional da Proteção Civil, Vitor Vaz Pinto, admitiu que se enganou na estratégia do combate aos fogos que assolaram o Algarve, em Tavira e São Brás de Alportel. O autarca de Tavira já veio considerar que admissão de falhas por parte de Vaz Pinto «lhe fica bem».

Apesar de sublinhar que «era impossível chegar a todo o lado a todo o momento», Vaz Pinto admitiu que «houve falhas» e assumiu a responsabilidade.

«Nós pensávamos que na quinta-feira de manhã o incêndio estaria dominado. Eu enganei-me, essa avaliação foi minha». Para o responsável, não há dúvidas que «os meios nalgumas situações chegaram tarde», disse domingo à noite, em declarações à RTP.

Durante a tarde, o responsável da Proteção Civil já tinha assumido que alguma coisa não tinha corrido bem no combate às chamas em Cachopo e São Brás de Alportel. «Admito que os meios não tivessem chegado a tempo», referiu, remetendo para mais tarde um balanço relativo ao combate à chamas: «Sobre a coordenação, não é altura de falarmos», disse.

A atuação dos meios no combate às chamas foi criticada pelas autarquias atingidas, mas também pela Liga dos Bombeiros Portugueses, cujo presidente pediu «que se apure até às últimas consequências». Em declarações esta segunda-feira, interroga-se se Comandante da proteção civil tem «condições para continuar».

O presidente da Autoridade de Proteção Civil já fez saber que está disponível para o apuramento de responsabilidade numa eventual falta de coordenação no combate aos incêndios no Algarve. Em comunicado, o major-general Arnaldo Cruz garante que desde o início que os incêndios que atingiram esta região foram acompanhados com «grande relevância» e lança críticas aos que «têm assumido posições pouco consentâneas».

Em Tavira e São Brás de Alportel chegaram a estar mais de mil operacionais no combate às chamas, entre sexta-feira e sábado, cerca das 18 horas, altura em que foi dado por extinto. Esta segunda-feira, a desmobilização de meios ainda estava longe de ser total, uma vez que ainda se procedem a operações de rescaldo. No terrenos encontram-se 417 operacionais.

O fogo, que deflagrou na zona de Catraia (freguesia de Cachopo), Tavira, na tarde de quarta-feira, foi dominado no final da tarde de sábado, e desde as 14:00 de domingo que se procedem aos trabalhos de consolidação de extinção, que as autoridades admitiram poder levar vários dias.

O incêndio alastrou-se de Tavira para o concelho vizinho de São Brás de Alportel e temia-se que atingisse o de Loulé, mas tal não chegou a suceder.

Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Tavira estimou que mais de 200 quilómetros quadrados de floresta e cultura arvense tenham ardido (o equivalente a um terço do concelho), repetindo uma previsão feita já na sexta-feira.

Já o presidente da única junta de freguesia São Brás de Alportel, David Gonçalves, calculou que a área ardida no município seja de cerca de 20 a 35 por cento do território concelhio, numa faixa de 30 a 40 quilómetros.

Notícia atualizada às 11:40
Continue a ler esta notícia

Relacionados