Prodi pede a Lisboa reunião de urgência sobre Birmânia - TVI

Prodi pede a Lisboa reunião de urgência sobre Birmânia

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O chefe do governo italiano, Romano Prodi, vai pedir a Portugal uma reunião urgente para pôr termo à violência na Birmânia.

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«Prodi vai encontrar-se com o primeiro-ministro português, José Sócrates, para pedir uma reunião no quadro comunitário para examinar as medidas susceptíveis de parar a violência», segundo um comunicado divulgado pelo seu gabinete a que a agência «Lusa» teve acesso.

O primeiro-ministro italiano dá ainda conta da sua «grande preocupação» em relação à actual situação na Birmânia e à repressão da junta militar contra as manifestações de monges budistas.

Pelo menos quatro pessoas, entre as quais três monges budistas, foram hoje mortas e uma centena de outras feridas, incluindo 50 religiosos, quando as forças de segurança carregaram sobre manifestantes em Rangum.

«A comunidade internacional deve mobilizar-se pelo respeito dos direitos humanos através do mundo e para que a liberdade de expressão possa ser exercida de forma pacífica», sublinhou Prodi.

O presidente em exercício da UE, José Sócrates, expressou terça-feira, em nome da União, a sua «solidariedade com o povo da Birmânia».

«Exorto as autoridades (da Birmânia) a respeitarem os direitos humanos e especialmente a não exercerem qualquer forma de violência sobre cidadãos que se manifestam pacificamente», disse ainda Sócrates, discursando perante a Assembleia-Geral da ONU em Nova Iorque.

Por seu turno, o presidente em exercício do Conselho de Ministros da União Europeia, Luís Amado, sublinhou hoje a importância de manter «a enorme pressão internacional» que está a ser feita sobre a Birmânia para que a actual crise não degenere em violência.

«Estamos a acompanhar os desenvolvimentos e a participar na enorme pressão que está a ser feita sobre as autoridades birmanesas» para que a situação não degenere, disse Luís Amado num contacto telefónico com a agência «Lusa».

O ministro dos Negócios Estrangeiros português, em Nova Iorque para a Assembleia-Geral da ONU, frisou que tem estado «a acompanhar de perto a situação» e que, em nome da presidência da UE, levantou a questão na troika UE-China (vizinha e apoiante do regime birmanês) que se reuniu segunda-feira à margem da Assembleia.

A comunidade internacional tem multiplicado os apelos à Junta Militar birmanesa para que dê mostras de contenção e não reprima as manifestações pacíficas dos últimos dias.

A presidência portuguesa informou, por outro lado, que decidiu inscrever na agenda da próxima reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27, prevista para 15 de Outubro no Luxemburgo, a questão do eventual reforço das sanções europeias contra o regime militar da Birmânia.
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