Governo «maltrata funcionários públicos» - TVI

Governo «maltrata funcionários públicos»

  • Portugal Diário
  • 12 abr 2007, 14:41

Acusa sindicato. Recusa o direito à progressão nas carreiras e nega-se a negociar

O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) acusou esta quinta-feira o Governo de maltratar os trabalhadores públicos, recusando-lhes o direito à progressão nas carreiras e negando-se a ouvir e a negociar com os sindicatos, escreve a Lusa.

«Há dois anos que estamos a ser tratados como se a administração pública fosse uma quinta particular de alguém e não um património do país. Somos tratados esquecendo-se que existe uma sociedade de direito e que isso quer dizer que há regras, obrigações e há direitos que não podem ser tratados como se não existissem», reclamou o presidente do STAL à margem de um plenário de trabalhadores na Praça do Comércio, em Lisboa.

Para Francisco Brás, a administração pública e, em especial, os trabalhadores da administração local, existem para estar ao serviço do país e das pessoas, mas, entende, não têm sido tratados nem com igualdade nem com respeito.

«Não têm ouvido os sindicatos, não têm negociado, mente-se sobre a realidade da administração pública e da administração local, esquece-se que a administração local transformou este país em 30 anos», sublinhou o dirigente sindical.

Entre as queixas do sindicato, o congelamento da progressão nas carreiras figura no topo.

«Estamos a falar não de promoção automática, mas de progressão nas carreiras de milhares de trabalhadores com os mais baixos salários existentes. Estamos a falar de auxiliares, de pessoas que andam a recolher o lixo, de pessoas que fazem os trabalhos mais difíceis e cuja única forma de progressão são os escalões que estão parados há dois anos, congelados sem que este Governo se tenha dado ao trabalho de discutir seriamente as razoes de uma situação deste tipo», criticou.

Questionado sobre a lei da mobilidade, o presidente do STAL garantiu não ser contra os trabalhadores excedentários serem reconduzidos para postos onde possam ser melhor aproveitados, mas afirmou-se «indisponível» para que esses trabalhadores sejam entregues a grupos financeiros privados.

Concentrados no Terreiro do Paço, cerca de 1.200 trabalhadores entoaram palavras de ordem contra o primeiro-ministro José Sócrates e contra o Governo socialista.
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