Trabalhadores da PT vão votar contra «Spin-off» da PTM na sexta-feira

Segundo o comunicado do STPT, «a separação das empresas será uma das preocupações para os trabalhadores e para os consumidores» e apontam vários motivos para isso acontecer: «A cisão da PTM não se deve pois a um efectivo projecto para o Grupo PT e para as telecomunicações do país», sendo que a «PTM não torna possível transformar a banda larga num serviço universal a preços comportáveis para a generalidade dos cidadãos», referem.

«Cisão da PT não serve para melhorar serviço ao consumidor»

A cisão da PTM e a divisão das redes de cabo e de cobre em duas empresas concorrentes «não servirá para melhorar a qualidade do serviço prestado ao consumidor, porque gerará forte instabilidade social e financeira na PT» e além disso, o sindicato dos trabalhadores do Grupo PT refere que a cisão da PTM pode reunir a unanimidade, do governo, do regulador, da Administração, dos accionistas da PT e PTM e até da Sonaecom, «mas não poderá ter a concordância dos trabalhadores, dos consumidores, dos cidadãos».

Os trabalhadores mostram-se, assim, contra a cisão da PTM, visto que «obrigará a PT-Comunicações a ter de dispensar muitos milhares de trabalhadores, para aproximar o rácio entre o volume de receitas e o número de trabalhadores do registado actualmente no negócio do cabo».

Com a dívida do Grupo a aumentar em cerca de 4,8 mil milhões de euros, «será mais difícil desde logo a possibilidade de manutenção do principal Plano de Saúde da PT-C e a própria cobertura do défice do Fundo de Pensões».

Os trabalhadores da PTM referem que vão estar também ameaçados «nos seus direitos e garantias e na qualidade e estabilidade do emprego e no reconhecimento ao direito de filiação e associação sindical e de oposição à gestão da futura empresa».

Separação das empresas prejudica investimento da PT

«Para os consumidores a cisão da PTM será um logro, já que a preocupação essencial e imediata é a concorrência e o mercado e não os interesses a longo prazo do próprio sector das telecomunicações», salientando também que a separação das empresas prejudicará fortemente o investimento da PT dentro da indústria de telecomunicações.

Recorde-se que a cisão da PTM deve-se exclusivamente a uma promessa da Administração aos accionistas de referência, aquando da OPA da Sonaecom, oferecendo 58,43% do capital desta empresa.

O sindicato alerta, ainda, que que a generalidade dos principais accionistas de referência, apenas se opôs à OPA porque vislumbraram na oferta da PT mais ganhos, ganhos esses que atingirão até 2009 cerca de 6,2 mil milhões de euros.