Coimbra: investigadores criam «robot dentista» - TVI

Coimbra: investigadores criam «robot dentista»

Dentista (André Kosters/Lusa)

Objectivo é tornar os implantes mais baratos, resistentes e reduzir desconforto nos pacientes

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Uma equipa de investigadores de Coimbra está a desenvolver um «robô dentista», com o objectivo de tornar os implantes dentários mais baratos, mais resistentes e com maior conforto para os pacientes, refere a Lusa.

«Os implantes dentários são muito caros - dois dentes podem chegar aos dez mil euros -, e morosos, e a pós-instalação é muito longa e dolorosa, o paciente pode demorar mais de um ano a largar o dentista», disse Norberto Pires, um dos investigadores envolvidos.

O projecto encontra-se em fase de conclusão e foi trabalhado durante três anos por cientistas da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e do Instituto Biomédico de Investigação da Luz e da Imagem - Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (IBILI-FMUC).

Custos reduzidos para metade

O objectivo, acrescentou o docente da FCTUC, não é um robô que substitua o dentista, mas «tornar os implantes dentários mais acessíveis» à população em geral e «reduzir o desconforto no paciente».

Os investigadores acreditam que, ao optimizarem o processo de colocação dos implantes dentários, os custos possam ser reduzidos para metade.

O sistema robótico simula e monitoriza todo o processo, ao imitar os procedimentos do médico-dentista, de forma a encontrar a optimização dos modelos.

«Ganha-se em custos, em tempo e, se tivermos de fazer quatro furos em vez de seis, a recuperação é também menos dolorosa», considerou Maria Filomena Botelho, do IBILI-FMUC, outra das investigadoras envolvidas no projecto.

O «robô dentista» está dotado de sensores de força e utiliza um mecanismo óptico (foto-elastómetro) que regista os movimentos e esforços utilizados na mastigação, antecipando o desconforto nos pacientes, as tensões provocadas no material, a vida útil do implante e os danos originados.

«Não há intervenção humana nenhuma, são seleccionadas as melhores geometrias, colocam-se os dentes e simula-se a mastigação», disse Norberto Pires, sublinhando tratar-se de «um processo total de simulação de geometrias» que pode revelar-se numa «boa indicação para os médicos-dentistas».

Norberto Pires afirma que é a primeira vez que se realiza em Portugal um estudo sistemático de colocação de implantes dentários.
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