Tecidos à volta do tumor estão expostos à radiação - TVI

Tecidos à volta do tumor estão expostos à radiação

Ciência (arquivo)

Estudo pioneiro de investigadores portugueses

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Uma equipa de investigadores portugueses estudou pela primeira vez os efeitos da radioterapia à volta do tumor e concluiu que os tecidos que rodeiam a área tumoral estão igualmente expostos a radiação.

O trabalho dos investigadores do Instituto de Medicina Molecular (IMM), publicado esta sexta-feira na revista PlosOne, centrou-se nas pequenas doses de radiação ionizante que são recebidas pelos tecidos à volta do tumor.

«Fomos o primeiro laboratório que olhou à volta do tumor. Fomos pioneiros porque nunca ninguém tinha olhado os efeitos da radiação ionizante à volta do tumor. Ao longo e durante as secções da radioterapia, os tecidos que rodeiam a área tumoral são igualmente expostos a radiação», disse à agência Lusa a investigadora do IMM e responsável pelo estudo Susana Constantino.

A investigadora adiantou que o trabalho mostra que as baixas doses de radiação ionizante que estão presentes em todas as secções de radioterapia «são doses que promovem o crescimento dos vasos sanguíneos e poderão promover o crescimento tumoral».

Susana Constantino sublinhou que os resultados do estudo «são extremamente importantes para melhorar a radioterapia no combate contra o cancro».

«A radioterapia é extremamente eficaz da forma como é feita. A questão aqui é à volta da área tumoral. Complementa tudo o que tem sido melhorado na radioterapia ao longo do tempo, porque vai permitir que o clínico e o físico também olhem para os tecidos que estão à volta da área tumoral», afirmou.

« Com isto estamos a tornar a radioterapia ainda mais eficaz a nível mundial», disse, adiantando que vai ter uma aplicabilidade em Portugal e a nível mundial, podendo ser já colocada ao serviço do doente.

A investigadora disse que os resultados são igualmente importantes para «o eventual melhoramento dos actuais protocolos de radioterapia, pois permitem reavaliar a distribuição de doses nos tratamentos de forma a minimizar as baixas doses que estão presentes nestes tecidos à volta da área tumoral».
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