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Portugueses desenvolvem mão robótica inteligente

Dia Internacional dos Canhotos

Objectivo é criar uma mão apta a identificar e manipular todo o tipo de objectos, como se de uma mão humana se tratasse

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Uma mão robótica inteligente, capaz de substituir a mão humana, está a ser desenvolvida por uma equipa de investigadores europeus, integrada por portugueses, cujo trabalho se centra na inteligência associada ao movimento, informa a Lusa.

O objectivo do projecto europeu «HANDLE» é criar uma mão apta a identificar e manipular todo o tipo de objectos, como se de uma mão humana se tratasse, anunciou esta segunda-feira a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).

O trabalho da equipa de Coimbra foca-se no estudo da percepção (com base no tacto e na visão) de objectos pelos humanos e no desenvolvimento de modelos matemáticos que serão usados na nova geração de mãos robóticas.

«O que fazemos é a leitura da manipulação dos objectos para duplicar esse movimento. A maior dificuldade é sabermos como se deve manipular coisas de determinada forma, para que encontremos a mais comum», afirmou o coordenador do estudo em Coimbra, Jorge Dias.

A partir dos dados sensoriais envolvidos na manipulação dos objectos são desenvolvidos «sofisticados algoritmos de software que processem toda essa informação e reproduzam a acção da mão humana».

«No final, esperamos ter uma mão o mais possível funcional. O que se pretende é que o robô faça os movimentos pretendidos mas não de uma forma programada, com base nas aprendizagens guardadas (memorizadas) previamente», disse o especialista em Engenharia electrotécnica.

Jorge Dias explicou que, se para um humano é simples pegar num ovo ou numa caneta para escrever, para uma máquina não, tem de aprender «como se fosse uma criança de dois, três anos».

«Perceber todos os movimentos e articulações da mão e conceber sistemas artificiais capazes de os mimetizar, de forma sincronizada e consecutiva, é de uma dificuldade extrema», referiu.

No fundo, o que os cientistas estão a fazer é a «adicionar inteligência, autonomia e destreza às actuais mãos robóticas mecânicas para que, no futuro, tenhamos uma mão inteligente (recheada de sensores, músculos e tendões artificiais) capaz de identificar um objecto, perceber a sua função e manuseá-lo correctamente», explicou.

A medicina (próteses avançadas, cirurgia, reabilitação) é uma das possíveis áreas de aplicação da mão robótica inteligente, que, de acordo com o investigador da FCTUC, poderá também revelar-se «uma peça chave para que os robôs humanóides possam efectuar tarefas com elevado nível de exigência, onde não há espaço para falhas».
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