Dalai Lama: visita rendeu 68.300 euros

A visita do líder espiritual tibetano a Portugal rendeu 68.300 euros que serão doados, por indicação do Dalai Lama, a causas humanitárias em Portugal e no Tibete, foi hoje anunciado pela organização.

Dalai Lama, prémio Nobel da Paz e líder espiritual tibetano, está em Lisboa desde quarta-feira para uma visita que inclui três dias de ensinamentos e uma conferência pública.

Hoje no encerramento do terceiro e último dia de ensinamentos dedicados ao Desenvolvimento da Paz Interior, e perante cerca de 1400 pessoas que encheram o auditório da Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa, a organização anunciou os valores obtidos com a visita do religioso budista.

A adesão aos eventos programados, explicou a organização, excedeu as expectativas projectadas tendo sido gastos de 306 mil e oitocentos euros e obtidos 375 mil euros, a maioria com a venda de bilhetes quer para os ensinamentos quer para a conferência pública a realizar domingo dedicada «Ao Poder do Bom Coração».

No domingo, Dalai Lama participará no átrio da Mesquita de Lisboa num encontro inter-confessional com representantes das principais comunidades religiosas existentes em Portugal.

Este encontro, que decorre a convite do Presidente da Comunidade islâmica Abdool Magid Vakil, incluirá breves alocuções de todos os participantes, finalizando com as declarações finais do Dalai Lama e a libertação simbólica de pombas brancas e de balões com mensagens alusivas à paz universal.

A promoção do diálogo e da harmonia entre as religiões é um dos três compromissos assumidos por Dalai Lama, além do valor humano e da defesa da causa tibetana.

O líder religioso tibetano desloca-se a Portugal a convite de várias instituições, como a Casa da Cultura do Tibete, a Fundação Kangyur Rinpoche, a União Budista Portuguesa, a Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa.

O 14/o Dalai Lama Tenzin Gyatso, galardoado em 1989 com o Nobel da Paz, visitou pela primeira vez Portugal em Novembro de 2001, tendo estado em Lisboa, no Porto e no Santuário de Fátima.

A visita de cinco dias, embora de carácter privado e religioso, suscitou o protesto da embaixada da China, como acontece geralmente.

Nascido em 1935 no nordeste do Tibete, o Dalai Lama vive no exílio em Dharamsala, no norte da Índia, desde que fugiu do país em 1959, depois da invasão chinesa.