Função pública em greve a 30 de Maio

A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública marcou esta terça-feira uma greve nacional para 30 de Maio em protesto contra a reforma do sector, e outra, a realizar três dias antes, para os trabalhadores do Ministério da Agricultura.

A paralisação nacional vai ser um protesto contra a forma como o Governo está a fazer a reforma da administração pública e a retirada de direitos aos trabalhadores, enquanto a greve marcada para dia 27 visa contestar a colocação de cerca de 3.000 trabalhadores no quadro de mobilidade.

A data da greve nacional foi decidida pelo secretariado da Frente Comum em resposta ao apelo feito pelo Conselho Nacional da CGTP, embora a coordenadora da estrutura sindical, Ana Avoila, já tivesse anunciado uma paralisação para a segunda quinzena de Maio.

O Conselho Nacional da CGTP reuniu-se sexta-feira, tendo marcado uma jornada nacional de luta para 30 de Maio e apelado aos seus sindicatos para que promovessem um movimento generalizado de greves em todos os sectores de actividade.

Ana Avoila disse à agência Lusa que o secretariado da Frente Comum não teve dúvidas em marcar a paralisação para esta data até porque se enquadrava no que tinha sido decidido em cimeira sindical.

A cimeira de sindicatos da Frente Comum realizou-se a 21 de Março para analisar os problemas da função pública e aprovou um calendário de lutas a concretizar até ao final de Maio.

Este calendário prevê a realização de uma "caravana [automóvel] da indignação", que percorrerá o país com o objectivo de denunciar os problemas da função pública e que sairá dos Jerónimos, em Lisboa, no dia 11 deste mês, por volta do meio-dia em direcção ao Ministério das Finanças, onde permanecerá às voltas até meio da tarde.

Depois desta acção os dirigentes da Frente Comum, acompanhados de trabalhadores, vão permanecer em vigília junto ao Ministério liderado por Teixeira dos Santos.

No dia seguinte, o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) vai fazer "uma grande plenário nacional" na Praça do Comércio, Lisboa.

Para 11 de Maio está agendado um plenário de sindicatos da Administração Pública, cujo final consistirá numa concentração dos participantes na rua.

A última greve da Frente Comum ocorreu em Novembro, contra a forma como o Governo está a fazer a reforma na administração pública e contra a retirada de direitos aos funcionários públicos.

Agora a estrutura sindical acrescenta um novo protesto contra o novo regime de vínculos, carreiras e remunerações que está em discussão no Ministério das Finanças.

A greve dos trabalhadores dos diversos organismos do Ministério da Agricultura foi marcada na sequência das notificações que estão a ser feitas aos funcionários que vão ser colocados no quadro de mobilidade especial.

A partir do próximo mês o Ministério da Agricultura deverá ter apenas 7.000 funcionários efectivos, face aos actuais 10.250.