Tem a certeza que o carro é seu? - TVI

Tem a certeza que o carro é seu?

Volkswagen

Centenas de carros de gama alta comprados a particulares foram, afinal, roubados e falsificados na Europa. PJ já apreendeu 15, mas espera reaver mais. Depois, servem para conduzir ministros ou polícias

A Polícia Judiciária anunciou a detenção de um português de 47 anos envolvido numa rede internacional de tráfico de automóveis. Os carros eram roubados na Europa, falsificados e depois vendidos em Portugal através de anúncios. A PJ já retirou pelo menos 15 veículos aos proprietários, mas «muitos mais» serão apreendidos no decorrer das investigações.

Se adquiriu um BMW, Audi, Volkswagen ou Mercedes a um bom preço, através de anúncios de jornais, Internet ou por um «conhecido», pode ter nas mãos um veículo roubado e falsificado ainda que os documentos que tenha aparentem comprovar a propriedade do automóvel.

É que o português agora detido procedia à tentativa de legalização dos veículos em Portugal e à falsificação de documentos. Tal só era possível porque os carros em questão tinham o número identificativo (VIN) alterado através de «tecnologia bastante evoluída», explicou fonte da PJ ao PortugalDiário.

Na operação foram aprendidos vários documentos e objectos que vão permitir à PJ chegar aos outros veículos roubados e que actualmente circulam nas estradas portuguesas. A cooperação internacional já está em marcha para que seja possível chegar aos restantes elementos da organização internacional.

Os «donos» dos carros envolvidos nesta rede terão adquirido os automóveis de «boa-fé» ainda que através de negócios particulares. A apreensão por parte da polícia dos respectivos veículos lesa em vários milhares de euros os actuais proprietários.

Só no final do processo o juiz poderá decidir se os carros voltam para quem os comprou em Portugal ou se são considerados perdidos a favor do Estado - sendo depois reutilizados pelas polícias ou por altas figuras dos órgãos de soberania.

«O mais provável é que não sejam devolvidos, uma vez que, foram adquiridos em negócios particulares e a «boa-fé» pode ser discutível em tribunal», explicou fonte da PJ.
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