Uma rapariga transgénero recusou-se a participar na festa de final de ano de uma escola secundária do Mississípi, nos EUA, depois de um juiz distrital ter dito que o distrito escolar lhe poderia barrar a entrada a menos que ela fosse vestida com as roupas que são exigidas aos rapazes, adiantou um advogado da rapariga, identificada como L.B. nos documentos do tribunal, citado pela Reuters.
Segundo a agência, o juiz Taylor McNeel, nomeado pelo ex-presidente republicano Donald Trump, disse que não iria impedir que o condado de Harrisson barrasse a entrada da jovem de 17 anos.
"A nossa cliente está a ser envergonhada e humilhada por razões explicitamente discriminatórias e à sua família está a ser negado um marco único na vida da filha. Ninguém deve ser obrigado a faltar à sua formatura por causa do seu género", afirmou Linda Morris, advogada da União Americana para a Liberdade Civil (ACLU), através de email.
BREAKING: Late last night, a judge ruled that Harrison County Schools can bar our client, a trans girl, from attending her high school graduation unless she wears boy’s clothes - socks, dress shoes, pants, a button down shirt and tie.
— ACLU of Mississippi (@ACLU_MS) May 20, 2023
Depois de ter sido informado que a jovem não podia ir à cerimónia com um vestido e sapatos de salto alto, a organização processou o distrito escolar em nome da estudante.
O código de vestuário do distrito escolar exige que os rapazes usem uma camisa branca com botões, calças pretas, sapatos pretos e uma gravata ou laço.
Segundo a Associated Press, Wynn Clark, advogado do Conselho Escolar do Condado de Harrison, esclareceu através de documentos judiciais que a participação numa formatura é voluntária e não um direito constitucionalmente protegido.
Só este ano, os legisladores do Mississípi apresentaram mais de 30 projetos de lei para limitar os direitos dos cidadãos LGBTQ.