O sector de luxo, normalmente menos afectado em alturas de crise, deve assistir este ano a uma recessão de 4%, segundo avança o banco JP Morgan e da consultoria Eurostaf.
«Se a contracção nas vendas mundiais for confirmada, será a maior redução já enfrentada por este segmento», de acordo com analistas do sector.
A perspectiva de forte queda nas vendas deriva da diminuição da procura nos países ricos. Só a Europa representa 38% do mercado mundial deste tipo de produtos.
Sectores como moda, jóias e relógios já anunciaram mesmo uma queda nas vendas desde o último trimestre de 2008, com a deteorização da crise económica.
«Estamos a rever as nossas previsões em baixa. Na previsão mais optimista, o mercado de luxo vai estagnar em 2009. Na pior, irá contrair em 4%», disse à BBC Nicolas Boulanger, director da secção luxo e beleza da consultoria Eurostaf, em Paris.
«Mesmo que se continue a registar um crescimento nas vendas, isso não será suficiente para compensar a retracção da procura nos países ricos», acrescenta o mesmo responsável.
O grupo suíço Richemont, número dois mundial do sector de luxo, dono das marcas Cartier, Montblanc, Piaget e Van Cleef & Arpels, entre outras, anunciou recentemente uma queda de 12% nas vendas no último trimestre de 2008.
Resultados conhecidos esta quinta-feira
A maior redução foi registada nos Estados Unidos, onde as vendas caíram 28%.
A facturação do sector do luxo relativamente a 2008 ainda não é conhecida. O grupo francês LVMH, dono das marcas Dior, Louis Vuitton, Kenzo, champanhes Veuve Clicquot e Moët Chandon, entre outras, vai divulgar os resultados de 2008 na próxima quinta-feira.
Os analistas estimam que o sector do luxo deverá ter movimentado 175 mil milhões de euros em 2008, com aumento de 3% nas vendas. Mas em comparação a 2007, quando foi registado um crescimento de 7%, o resultado representa uma forte desaceleração.
Sector de luxo sofre recessão nunca antes vista
- Redação
- CPS
- 4 fev 2009, 15:01
Dior, Louis Vuitton e Kenzo entre as marcas afectadas
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