Aborto: um em cada 30 fetos sobrevive - TVI

Aborto: um em cada 30 fetos sobrevive

  • Portugal Diário
  • 23 abr 2007, 17:05

Segundo um estudo 102 bebés estiveram vivos durante algumas horas

Um em cada 30 fetos abortados por razões médicas nasce vivo, segundo uma pesquisa de dez anos, realizada em 20 hospitais britânicos, que foi publicada na revista especializada British Journal of Obstetrics and Gynaecology, informa a BBCNews.

A maioria destes bebés com problemas nasceu entre as 20 e as 24 semanas de gravidez e todos conseguiram sobreviver durante algumas horas.

Os dados revelados já se tornaram tema de discussão entre activistas a favor e contra o aborto na Grã-Bretanha.

O aborto é legal no país até a 24ª semana de gravidez. Depois deste período, é permitido apenas no caso de a criança ter algum problema grave ou se a vida da mãe estiver em perigo.

190 mil abortos por ano na Grã-Bretanha

Por ano ocorrem, na Grã-Bretanha, cerca de 190 mil abortos, número que equivale a cerca de um quarto das mulheres grávidas. A maioria destas interrupções é realizada em fetos saudáveis, por razões sociais.

O estudo analisou o resultado de 3.189 abortos, realizados entre 1995 e 2004, devido ao facto de o bebé ter algum tipo de deficiência. E mostrou que 102, ou um em cada 30, nasceram vivos.

A faculdade Royal College of Obstetricians and Gynaecologists afirmou que adopta procedimentos «rígidos» para o aborto após a 22ª semana.

Segundo estes procedimentos, depois das 22 semanas, se existem sinais de uma grande anormalidade fetal e a paciente pede para fazer um aborto, recebe uma injecção que pode levar à morte do feto.

A paciente tem direito de recusar este procedimento. Se o bebé nascer vivo, deve ser fornecido cuidado paliativo até a morte da criança.

Na teoria, o médico pode ser acusado de homicídio se um «acto deliberado», ou seja, o aborto legal, for seguido de um nascimento de feto vivo e a morte subsequente da criança devido à imaturidade.

Julia Milington, do grupo contra aborto Alive and Kicking Campaign, disse que as taxas descobertas em hospitais de apenas uma região da Grã-Bretanha podem ser iguais em outras regiões.

«Se 102 entre 3.189 bebés abortados por razões de deficiência nascem vivos, então quantos bebés saudáveis poderiam ter sobrevivido? É difícil entender o número de bebés em todo o país que são deixados a lutar pelas suas vidas», disse.
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