EPAL ganha projecto na Argélia e recebe 1,2 milhões - TVI

EPAL ganha projecto na Argélia e recebe 1,2 milhões

António Bento Franco

Distribuidora tem mais um projecto na calha e está atenta a outros mercados, diz administrador em entrevista

A Empresa Portuguesa das Águas Livres (EPAL) ganhou um concurso de serviço de consultoria em três cidades da Argélia, onde tem estado a trabalhar nos últimos dois anos.

A distribuidora de água recebeu 1,2 milhões de euros, mas já tem outro projecto na calha, revelou o administrador António Bento Franco em entrevista à Agência Financeira.

EPAL quer trazer Congresso Mundial da Água

«Ganhámos um concurso e estivemos durante os últimos dois anos a trabalhar em três cidades na Argélia», afirmou.

O projecto, em consórcio com a também portuguesa Coba, envolveu um serviço de consultoria para ajudar na reestruturação que a Argélia está a fazer do sistema de abastecimento de água e que inclui «toda a parte de cadastro, optimização de operações, manutenção e gestão de clientes». «Fizemos um controle de perdas e ensinámo-los a tratar das fugas», disse.

O consórcio recebeu 3,5 milhões de euros, dos quais 1,15 milhões de euros foram para a EPAL.

2º concurso pode representar mais 600 mil euros

«Correu extraordinariamente bem, não só financeiramente como do ponto de vista do contentamento que gerámos no cliente e portanto estamos agora a concorrer a outra cidade na Argélia», adiantou Bento Franco à AF. Este segundo concurso é para prestar o mesmo tipo de serviços, desta vez à cidade de Bouria. Caso sejam o consórcio vencedor, representará 600 mil euros para a EPAL.

Mas as ambições da distribuidora portuguesa de água não ficam por aqui. A EPAL admite estar atenta a outros mercados e parcerias, até porque, salienta, a «componente internacional é importante para as empresas do sector que, por norma, não têm concorrência.

Empresa pensa exportar «know-how»

«Não passa pela cabeça da EPAL ir para Madrid concorrer com a Canal de Isabel II para lhe ir tirar a água. No sector, as empresas são locais, mas podem juntar-se para concorrer em projectos na Ásia, nos países de Leste, África ou América Latina», referiu em entrevista à AF.

De acordo com o responsável, como empresa pública, funcionam «como alavanca para apoiar outras nacionais de consultoria, equipamentos, software e exportar o seu ¿know-how¿ a nível internacional». Temos essa obrigação como empresa pública e é o que fazem as de outros países», acrescentou.

Bento Franco salientou que a dona da EPAL, a Águas de Portugal (AdP), já está a trabalhar em Angola, Moçambique e esteve em Cabo Verde e Brasil. «É uma componente importante para este tipo de empresas», rematou.

Para potenciar esta internacionalização, a empresa está a contar com o 9º Congresso da Água a que a concorreu e que poderá realizar-se em Lisboa, em 2014. «O organizador mundial, a IWA, está a apostar muito no relacionamento da EPAL com a América latina e com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP). Isto é um marco muito grande para IWA nos apoiar neste congresso e pode permitir-nos estar muito mais presentes no contexto dos grandes projectos a nível mundial».
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