Municípios preparam fim dos apoios comunitários

O Alentejo e a Extremadura espanhola foram apontados esta quinta-feira como exemplo da cooperação transfronteiriça entre os dois países, mas os municípios destas regiões querem, agora, desenvolver mais acções conjuntas sem estarem dependentes de fundos comunitários.

«O financiamento europeu foi importante porque deu o primeiro impulso para [se] começar a trabalhar. Mas, daqui para a frente, também temos que continuar sozinhos», argumentou à agência Lusa Yolanda Ruíz, do Ayuntamiento de Cáceres.

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Segundo esta técnica, que trabalha nos projectos de cooperação com Portugal naquele município da Extremadura, não pode ser «sempre a Europa a marcar a política» das regiões, devendo as autarquias, que já acumularam experiência em projectos conjuntos, ao longo dos últimos anos, com apoios comunitários, assumir esse papel.

«Estes anos foram muito importantes para, agora, começarem a trabalhar juntos», em projectos autónomos como é o caso da rede transfronteiriça «7x7», que junta 14 câmaras do Alentejo e da Extremadura e reuniu esta quinta-feira em Beja.

Através deste intercâmbio sem interferência dos fundos comunitários, acrescentou Yolanda Ruiz, quando os municípios «não tiverem o apoio da Europa» poderão «continuar a trabalhar», sem ficarem, «mais uma vez, cada um a olhar para o lado».

Apesar de defender a necessidade desta evolução, a mesma técnica da autarquia de Cáceres fez questão de destacar o «sucesso» da cooperação transfronteiriça que tem existido entre as duas regiões.

«É incrível como cresceu», disse, frisando que, com excepção também da Galiza, que tem «muita relação» com o Norte português, «não existe assim tanta cooperação, por exemplo, com outras regiões fronteiriças de Portugal».