«As agências de rating não estão a ajudar muito» numa semana decisiva para a Europa. Ainda há dois dias a Standard & Poor`s colocar em ¿perspetiva negativa as avaliações de 15 países da Zona Euro, incluindo a Alemanha.
«Esta ameaça é inimaginável», na opinião do economista Daniel Bessa, porque « se há activo que o mundo inteiro considera seguro é a dívida alemã. Tenho alguma dificuldade em perceber este activismo das agências de rating», disse o também director-geral da COTEC, à margem da cerimónia de encerramento do Movimento Milénio 2011, que decorreu na terça-feira, em Lisboa.
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Sobre o futuro da União Europeia, Daniel Bessa defendeu que «as decisões não são simples nem fáceis de resolver», considerando que seria bom que no Conselho Europeu de quinta e sexta-feira fossem dados mais alguns passos.
«Devíamos pôr-nos de acordo, porque as decisões não são simples. Andamos a responsabilizar as pessoas nomeadamente a senhora Merkel e eu no lugar dela não faria melhor».
«Círculo virtuoso» de financiamento à economia
Sobre a opção do Governo de utilizar parte dos fundos de pensões da banca transferidos para o Estado para pagar dívidas a fornecedores, criando assim «um círculo virtuoso» de financiamento da economia.
«O Estado vai aproveitar o dinheiro que ficava parado para fazer uma operação de tesouraria para pagar dívidas, criando um círculo virtuoso, porque falamos de fornecedores do Ministério da Saúde, que provavelmente devem à banca. Assim, pagam à banca e ficará disponível para emprestar a outras empresas».
Daniel Bessa realçou que a opção do Governo para os dois mil milhões de euros de folga orçamental «é boa, embora não vá salvar o mundo», lembrando que esse montante «vai ser necessário para pagar pensões, mas não agora».
O economista sustentou que com esta medida «o Governo não vai mexer nem nas receitas nem na despesa».
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