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Crise: preocupação com futuro faz disparar investimentos em PPR

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Procura por Planos Poupança Reforma cresceu 37% até Junho. Sector segurador já representa 9% da riqueza criada no país. Mas negócio já teve melhores dias

A crise retrai o consumo, mas não a poupança. Os portugueses estão apreensivos em relação ao futuro e, por isso, encontram nos Planos Poupança Reforma um refúgio para garantir uma velhice com maior qualidade de vida. Os investimentos nos PPR dispararam 37% até Junho, em termos homólogos, isto numa altura em que as companhias de seguros já viveram melhores dias.

O sector segurador representa 9% do Produto Interno Bruto nacional. E a penetração no mercado português é das mais elevadas da Europa. Só nos PPR foram investidos 1.700 milhões de euros na primeira metade do ano, mas o aumento de impostos faz antever mais dificuldades para as taxas de poupança.

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Certo é que «há uma consciência cada vez mais alargada da parte dos consumidores e os produtos financeiros são mais atractivos, tendo em conta os níveis de rendimento dos segurados», explicou o presidente da Associação Portuguesa de Seguradores que apresentou esta quarta-feira as contas relativas ao ano passado e alguns indicadores do sector para este ano.

«Há dois milhões de portugueses que estão seguros»

Os seguros de doença também encaixam nesta evolução positiva (mais 6,2%). Mas os seguros de saúde continuam a ser uma área de «grande preocupação». Nos últimos 15 anos, «não houve nenhum domínio que tivesse tido um resultado positivo».

Pedro Seixas Vale defende que o Serviço Nacional de Saúde é «um bem que os portugueses não devem menosprezar» mas que as seguradoras querem fazer a diferença «pela qualidade dos serviços e pela liberdade de escolha». Há já 2 milhões de portugueses «que estão seguros». Mesmo assim, «há dificuldade em rentabilizar a área de negócio».

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«2010 não será um ano para recordar»

Já a procura por seguros de habitação e condomínios sofreu uma reviravolta nos primeiros seis meses deste ano (o aumento foi de 3,5%). A explicação está na «influência de alguns sinistros graves, como foi o caso do temporal na Madeira e os ventos fortes no litoral oeste de Lisboa que tiveram um grande impacto na vida das pessoas».

E, como mais vale jogar pelo seguro, os consumidores passaram a investir mais neste domínio. A tragédia da ilha foi, aliás, «o maior sinistro da história do sector segurador português». As pesadas indemnizações custaram às seguradoras 135 milhões de euros.

Ou seja, «2010 não será um ano para recordar». É que «algumas situações ao nível da dívida pública e privada, a desvalorização de activos e os níveis de sinistralidade pouco favoráveis para o sector deixam antever que o resultado não vai ser positivo».

20% das seguradoras com resultados negativos

Já no que toca às contas do ano passado, o sector apresentou resultados de 263 milhões de euros. Um cenário melhor do que o de 2008, «ano de plena crise» em que o sector registou prejuízos de quase 22 milhões.

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Ainda assim, o retorno do negócio foi de apenas 6% em 2009, uma «remuneração claramente insuficiente, não justificando assim os riscos» que se correm. Os custos «mantêm níveis de preocupação muito elevados. O que pagámos e devolvemos em termos de sinistro foi maior».

O sector inspira preocupação. Basta ver que 20% das 46 companhias analisadas obtiveram resultados negativos.

E pela positiva?

Para quem a prevenção ainda fala mais alto, a prioridade nos seguros de «não vida» vai para os automóveis (42%), incêndio e outros danos (19%), acidentes de trabalho (17%) e doença (13%). Já os seguros de vida representam uns expressivos 69% em termos de mercado. E são os bancos, quase em exclusivo, aqueles que mais distribuem este tipo de seguros (cerca de 90%).

Mas nem todo o quadro é negro. O presidente da APS congratulou-se pelo «reforço dos níveis de solvência do sector, que estão bem acima da média europeia [as companhias têm 3.900 milhões de euros para efeitos de solvência, quando a margem exigida é de apenas 1.900 milhões], a maior penetração do sector no mercado português e a melhoria dos níveis de satisfação dos clientes».

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