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PT/Vivo: tributação das mais-valias diminuía 1% do défice

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PCP condena «fuga ao fisco» provocada pelos «buracos na legislação», que possibilitou à PT não ser taxada na venda da Vivo

O deputado comunista Agostinho Lopes condenou esta segunda-feira a «fuga ao fisco» provocada pelos «buracos na legislação» que possibilitou à Portugal Telecom não ser taxada pelas mais-valias da venda da Vivo, que permitiriam uma descida de um ponto percentual no défice.

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«É a prova que a lei que tributa as mais-valias é manifestamente insuficiente e como ficaram isentas de imposto de taxas de mais-valias as SGPS, ou seja, o conjunto dos grandes grupos não paga mais uma vez mais valias, sobrando para os pequenos investidores», afirmou Agostinho Lopes à Lusa.

O PCP desafia agora o Governo a usar a «golden share» que tem na PT para que «este dividendo extraordinário seja aplicado pela PT fundamentalmente em investimentos no território nacional e na amortização da dívida da empresa».

«A golden share permite ao Governo intervir na distribuição dos dividendos e o Governo tem uma oportunidade única de que estas mais-valias tenham um destino adequado num momento de crise que o país atravessa».

O «Diário Económico» noticiou hoje que o lucro da venda da participação da PT na Vivo gerou uma mais-valia de seis mil milhões de euros que está totalmente isenta de impostos, porque a posição da empresa portuguesa na Brasilcel é detida pela Brasilcel CV, empresa de direito holandês, que por sua vez é controlada pela Portugal Telecom SGPS.

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As empresas de direito holandês beneficiam de uma figura jurídica designada de «participation exception», que permite que todas as mais valias derivadas da alienação de acções sejam isentas de impostos, explicou o especialista em direito fiscal Tiago Caiado Guerreiro, citado pelo «Diário Económico».

Para Agostinho Lopes, este é um «exemplo brilhante» de como a «política fiscal está desenhada à medida dos grandes interesses económicos e dos grandes negócios», sublinhando que, por exemplo, também o grupo Amorim tem a sua holding na Holanda.

O deputado comunista fez as contas que demonstram a «magnitude da fuga ao fisco que estes buracos na legislação nacional e comunitária permitem».

«A aplicação da taxa à mais-valia efectuada pela PT, os 6 mil milhões de euros, permitiria meter qualquer coisa como 1,1290 milhões de euros, ou seja, o Estado podia por esta via descer o défice em um ponto percentual, de 9,2 por cento para cerca de 8,3 por cento».

Agostinho Lopes recordou que, para pôr cobro a estes «buracos legais» o PCP propôs, no Parlamento, sem conseguir que fosse aprovado, o estabelecimento de níveis mínimos de IRC pelos grupos financeiros.

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