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Banca: atingir rácios de 10% será «mais difícil»

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Acordo entre troika e Governo prevê um rácio core tier I de 9% no final de 2011 e de 10% até final de 2012

O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB) admite que será «mais difícil» os bancos conseguirem rácios de capital de 10 por cento até ao final de 2012, considerando ainda que o fundo acordado com a troika é «um conforto».

Segundo o acordo entre o Governo e a troika, será exigido aos bancos um rácio core tier I (nível de capital das instituições face aos seus activos ponderados de risco) de 9% no final de 2011 e de 10% até final de 2012.

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Ainda assim, o responsável lembrou, durante um almoço da Associação comercial de Lisboa, que há várias maneiras de conseguir esse rácio, seja através da «capitalização dos bancos» ou da «redução de activos» ponderados de risco.

Bancos não deverão precisar do dinheiro do Estado

António Sousa considera que estas medidas, associadas ao «programa de desalavancagem» que os bancos já estão a fazer, levará a que estes «não precisarem» de recorrer ao fundo de capitalização de 12 mil milhões de euros associado aos 78 mil milhões do acordo com a troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional).

Ainda assim, o presidente da APB considera que é um «conforto» a existência desta linha de apoio.

«É um conforto que ela exista por vários motivos. Ou porque os activos não são vendáveis, por estarem desvalorizados por serem activos nacionais, ou porque a desalavancagem se vem a verificar mais difícil do que se pensa», explicou.

Endividaram-se para suportar necessidades do Estado

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De acordo com o responsável, o endividamento da banca resultou do facto de o Estado ter aumentado o recurso ao crédito por causa da subida das taxas de juro nos mercados internacionais.

«A banca foi o amortecedor de toda a situação, mas foi levada às últimas consequências. A banca endividou-se no exterior para dar crédito à economia e se não fosse assim a crise tinha eclodido mais cedo. O próprio Estado e o sector empresarial do Estado financiou-se grandemente à custa da banca», disse.

O Estado e o Sector Empresarial do Estado «substituiu as fontes tradicionais de financiamento directas no mercado e isso fez com que os níveis de endividamento da banca junto BCE (Banco Central Europeu) aumentassem substancialmente».

António de Sousa lembrou mesmo que os 40 mil milhões de euros médios de financiamento da banca portuguesa junto do BCE são, ainda assim, «inferiores à dívida que o Sector Empresarial do Estado tem junto tem junto banca portuguesa».

No futuro, defendeu, além de diminuir o financiamento ao Estado, permitindo assim financiar a economia real, a banca tem de «continuar o processo de desalavancagem», reduzindo o rácio entre depósitos e empréstimos, que actualmente está em 150% para 110 ou 120%.

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20 mil milhões «praticamente não foram usados»

Já sobre o linha de recapitalização da banca, actualmente existente, no valor de quatro mil milhões de euros, «não teve uma única capitalização», com excepção do recurso da Caixa Geral de Depósitos.

O responsável acrescentou que os 20 mil milhões de euros postos à disposição da banca para se financiar no exterior «praticamente não foram utilizados», tendo sido apenas usados três mil milhões.

O acordo entre o Governo e a troika prevê uma garantia estatal de 35 mil milhões de euros à banca para emissões de dívida, linhas «importantes só para dar confiança ao sistema».

Quanto ao BPN, António de Sousa considera que este caso devia ter sido resolvido «no máximo em seis meses» e não em «dois anos e meio».

Mas o futuro não vai ser fácil para os portugueses, avisa António de Sousa que lançou o aviso: a prestação da casa vai mesmo aumentar.

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