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Função Pública: cortes nos salários violam ou não a Constituição?

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Juíz conselheiro do Tribunal Constitucional considera que sim. Já Jorge Miranda acredita que decisão não fere principios fundamentais

Os cortes salariais dos funcionários públicos impostos pelo Governo violam princípios da Constituição portuguesa. A opinião é do juiz conselheiro jubilado do Tribunal Constitucional e do Supremo Tribunal de Justiça.

Guilherme da Fonseca, que é autor de um parecer sobre os cortes salariais, disse à Lusa que «o legislador do Orçamento do Estado (OE) não respeitou nem a lei pré-existente nem os contratos pré-existentes».

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Para o juiz conselheiro, os contratos de trabalho dos trabalhadores do sector público têm de ser cumpridos, o que significa que não podem ser negativamente afectados, como está definido no decreto que aprova o OE para 2011.

«O OE é uma lei de receitas e de despesas mas, de acordo com a Constituição [da República Portuguesa], têm de ser respeitados a lei pré-existente e os contratos pré-existentes. Portanto, há violação da Constituição», concluiu Guilherme da Fonseca.

Opinião diferente tem Jorge Miranda, o «pai» da Constituição, que elaborou um parecer onde considera os cortes de 3,5% a 10% nas remunerações ilíquidas acima dos 1.500 euros constitucional. Um parecer que, de acordo com o «Público», será usado como trunfo pelo Governo contra as providências cautelares que os sindicatos dos professores e responsáveis de educação entregam esta quarta-feira nos tribunais.

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Além disso, o Governo pode invocar interesse público para fundamentar esta decisão.

Questionada pela Agência Financeira sobre a opinião do juiz conselheiro Guilherme da Fonseca, fonte oficial do Ministério das Finanças afirmou que «o Governo não comenta, no seu detalhe, as declarações de variados juristas e jurisconsultos que se têm vindo a pronunciar ao longo dos últimos meses».

A mesma fonte aproveitou ainda para sublinhar os «sólidos argumentos jurídicos» que alicerçam esta medida, garantindo que «não fere a Constituição da República».

[Notícia actualizada com declarações]

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