A França assegurou a participação das suas empresas no desenvolvimento da defesa antimíssil na Europa, um projecto que é considerado «a locomotiva da indústria militar nas próximas décadas».
O novo conceito estratégico da NATO, definido no primeiro dia da cimeira da Aliança Atlântica em Lisboa, chegou a acordo para um escudo antimíssil balístico, projecto onde a França terá uma participação «financeira e tecnológica», disse à Lusa uma fonte da Presidência da República francesa.
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Segundo a mesma fonte, uma das empresas envolvidas no escudo antimíssil é a Thalès, que faz parte de um «consórcio tecnológico federador» dos três grandes grupos franceses que se aliaram na pesquisa e desenvolvimento de um sistema de resposta à proliferação balística.
Vários «patrões» do sector de defesa sublinharam nos últimos meses a importância do escudo antimíssil para a indústria militar francesa, em contraste com o cepticismo político de Paris sobre a proposta americana no seio da NATO, mantido até à cimeira de Lisboa.
«A França é o único país europeu que dispõe de competências que permitem cobrir todo o espectro do sistema de defesa antimíssil (DAS)», afirmou recentemente, perante uma comissão do Senado francês, o presidente do grupo Thalès, Luc Vigneron.
Os grupos franceses MBDA, Thalès, Safran e EADS/Astrium, este último ainda de fora do consórcio industrial, «cobrem o domínio da intercepção, o dos sistemas de comunicação e condução, os sensores, os mísseis e as tecnologias associadas», salientou Luc Vigneron.
A proliferação balística é real, salientam os patrões da indústria militar francesa perante a comissão do Senado, referindo que existe um mercado importante para sistemas de defesa balísticos.
«A ameaça é levada a sério por vários países, não apenas pelos Estados Unidos mas também pela Rússia, o Japão, Israel, China e Índia», recordou o presidente do grupo MBDA, Antoine Bouvier.
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