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Rússia: Kasparov libertado após 5 dias de prisão

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Opositor de presidente Putin critica dirigentes ocidentais

O mais mediático opositor político do presidente russo, Vladimir Putin, o antigo campeão mundial de xadrez Gary Kasparov, foi libertado, depois de cinco dias de prisão. O russo foi detido com outros críticos do Kremlin, em Moscovo, durante uma manifestação. Depois da saída do cativeiro, criticou países ocidentais por darem «carta branca» a Putin.

«Elas [autoridades russas] já não reagem às críticas externas. A carta branca que Putin recebeu dos dirigentes dos países democráticos nas várias cimeiras dos sete leva-as a fazer o que querem. Não se sabe até onde irão», declarou Kasparov aos jornalistas à porta do edifício onde reside, no centro de Moscovo, cita a Lusa.

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Kasparov considerou a sua detenção «uma violação sem precedentes da lei e da Constituição». «Trata-se de um sinal de que o poder não travará perante nada. Iremos exigir a abertura de processos-crime quanto a todas as violações da lei», declarou.

O opositor de Putin considerou que as autoridades violaram a lei quando o impediram de se encontrar com o seu advogado e quando o tribunal se recusou a ouvir testemunhas que, segundo disse, podiam provar que não desobedecera à polícia. «Fica-se com a impressão de que não há controlo sobre o que se passa nas esquadras da polícia, de que teve lugar um golpe constitucional e que todo o poder na Rússia está nas mãos de pessoas vestidas à civil, sem nome, mas perante os quais tremem os chefes da polícia», afirmou.

À beira da «ditadura»

«Espero que as pessoas no mundo possam ver o que acontece aos activistas na Rússia. Para o antigo campeão de xadrez e membro da oposição russa, o seu país está numa «fase perigosa», à beira de «converter-se numa ditadura».

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A polícia que se encontrava junto à residência de Kasparov obrigou os jornalistas e manifestantes a dispersarem, ameaçando fazer novas detenções porque «está a ser realizado um ajuntamento não autorizado».

Kasparov estava entre as dezenas de pessoas detidas na sequência de confrontos entre efectivos da polícia de choque e críticos do Kremlin, após uma manifestação, denominada «Marcha dos Discordantes», que juntou cerca de três mil pessoas.

Os participantes da marcha, organizada pela Frente Cívica Unida, União das Forças de Direita e outras organizações da oposição liberal ao Presidente Vladimir Putin, tinham recebido autorização para se manifestarem num comício na Avenida Sakharova, mas tentaram romper os cordões policiais para chegarem ao edifício da Comissão Eleitoral Central da Rússia e entregar a resolução aprovada no comício.

Além de Kasparov, a polícia deteve Eduard Limonov, dirigente do Partido Nacional-Bolchevique, Ilia Iachin, dirigente da organização juvenil do Partido Iabloko, Lev Ponomariov, membro da organização «Pelos Direitos Humanos», e Maria Gaidar, filha do antigo primeiro-ministro russo, o liberal Iegor Gaidar.

A «Marcha dos Discordantes» deveria ter-se realizado noutras regiões da Rússia, mas isso não aconteceu devido às medidas tomadas por órgãos do Estado que detiveram antecipadamente alguns dirigentes da oposição.

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