Um homem conseguiu furar a barreira policial no trajecto da chama olímpica em Nagano, mas foi imediatamente capturado pelas autoridades japonesas, informa a agência Lusa.
A estafeta de transporte da chama olímpica que, no Japão, se iniciou na estância de montanha de Nagano, foi interrompida por momentos, mas prontamente retomada. Desconhecem-se as razões do homem que tentou interceptar a chama olímpica, mas admite-se que se insira na campanha internacional de protesto em favor da independência do Tibete.
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Em Nagano, aliás, os monges budistas opuseram-se a que o templo milenar da cidade fosse ponto de partida da estafeta da chama olímpica, por solidariedade com os monges do Tibete.
Entretanto, o secretário-geral da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), Robert Ménard, considerou que o Japão deu «uma bela imagem de democracia» ao autorizar manifestações durante a passagem da chama olímpica por Nagano.
«Foi um verdadeiro sucesso», declarou Ménard após a passagem da tocha por aquela cidade nipónica que acolheu os Jogos Olímpicos de Inverno em 1998. Ménard deslocou-se a Nagano para defender o respeito pelos direitos humanos na China, tal como já fizera na Grécia, Paris e São Francisco.
«Os japoneses portaram-se melhor do que qualquer outra democracia», afirmou, acrescentando: «Os polícias japoneses deixaram as pessoas manifestar-se, sem apreender as bandeiras. Aqui, vi chineses com a sua bandeira vermelha ao lado de manifestantes que exibiam bandeiras tibetanas, em clima amigável».
Sobre os incidentes entre chineses e tibetanos, que causaram quatro feridos ligeiros, Ménard considerou não valer a pena exacerbar tais ocorrências. O secretário-geral dos RSF, que foi vigiado de perto pela segurança japonesa, pôde contudo exibir o seu cartaz de protesto com os cinco anéis do jogos olímpicos substituídos por algemas, um logotipo que se tornou o símbolo da oposição aos Jogos de Pequim.
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