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«Alguma coisa levou a PT a mudar de ideias»

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Belmiro de Azevedo reage com dureza à recusa da administração da Portugal Telecom.

O mundo não acaba e a Sonaecom continua convencida de que a sua oferta vai passar. Em entrevista ao «Diário Económico», Belmiro de Azevedo aponta que que houve uma mudança de posição por parte da PT. E acrescenta que a reacção inicial de euforia aos 10,5 euros foi «influenciada para passar a uma reacção de agressividade».

Como reage à decisão da PT de recomendar aos accionistas que não vendam as acções à Sonaecom?

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A administração da PT teve uma reacção eufórica e de grande satisfação depois de anunciarmos o nosso aumento para 10.5 euros por cada acção.

Na terça-feira essa reacção de satisfação deu lugar a uma grande agressividade. Ficámos perplexos. Não percebemos que interesses estão a representar com esta mudança de posição...

...Mas houve uma mudança de posição, é isso?

Houve. Tenho a percepção do que se passou, e do que terá contribuído para esta mudança de posição, mas agora não é o momento de falar nisso. A reacção de euforia inicial foi influenciada para passar a reacção de agressividade contra a nossa proposta.

Isso reforça as suas velhas críticas sobre a forma como se fazem negócios em Portugal?

A Sonae tem uma dimensão considerável em muitas áreas de negócio e foi isso, de resto, o que motivou a Autoridade da Concorrência a estudar 41 mercados nesta OPA que lançámos e é essa dimensão que nos empurra para fora de Portugal.

Queremos competir num ambiente de negócios global, mas há quem não se habitue a essa forma de estar nos negócios e insista em viver à sombra de alvarás e privilégios. Nós não queremos. O que desejamos é criar mais postos de trabalho e gerar novos investimentos.

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Para quem olha de fora, parece existir uma guerra entre o sr. Engenheiro e o Dr. Ricardo Salgado, presidente do Grupo Espírito Santo.

Com o BES são assuntos que vêm detrás. O relacionamento institucional que temos com o Banco Espírito Santo é normal, e temos envolvimento na banca comercial. Na banca de investimentos, aí existem de facto outras considerações.

...Portanto não compreende a decisão do BES?

... Sempre disse que o BES tinha conflito de interesses nesta operação, poque é simultaneamente banco e accionista da PT. Na verdade, sabe-se que, directa ou indirectamente, o BES está muito próximo da actual administração da Portugal Telecom.

O BES e outros accionistas, sublinhando a vontade de não desblindar os estatutos nesta OPA, estão a proteger outros interesses?

Eu teria muita dificuldade em sustentar essa posição (de não votar pela desblindagem dos estatutos) se estivesse do lado de lá. É uma enorme responsabilidade estar a bloquear uma operação como esta estar a impedir que o mercado funcione, quando estão em causa os investimentos de muitos milhares de pessoas.

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Se esse grupo prevalecer, e não desblindar os estatutos, muita gente será impedida de realizar dinheiro com as suas acções. Estarão a impedir muita gente de ganhar dinheiro.

A sua OPA morreu?

Nós mantemo-nos muito confiantes de que teremos o número de votos suficiente para desblindar os estatutos da companhia no próximo dia 2 de Março.

Conhecemos a opinião do mercado e sabemos que muita gente aceita vender as suas acções a 10,5 euros. Reafirmo essa convicção de que a larga maioria dos accionistas estrangeiros da PT que de acordo com o Dr. Ricardo Salgado é de cerca de 65% vão votar pela desblindagem no dia 2 de Março.

Tal como tenho a certeza de que os 25% de accionistas portugueses da PT estão com a Sonaecom e venderão as suas acções. Será muito difícil aos que dizem não vender sustentar essa posição, é uma grande responsabilidade impedir o mercado de funcionar.

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