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Sócrates: Portugal é ingovernável com dois orçamentos

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Primeiro-ministro acusa PSD de ter entrado em «desvario» e antecipa o risco de ter um «Orçamento feito com base em coligações entre a extrema-esquerda e a direita»

O secretário-geral do PS advertiu este domingo que Portugal é ingovernável com dois orçamentos - um do Governo e outro de «coligação entre a extrema-esquerda e a direita» -, e acusou o PSD de ter entrado em «desvario».

«O país não pode aceitar ter dois orçamentos: um feito pela Assembleia da República e outro pelo Governo. Com dois orçamentos o país não é governável», declarou José Sócrates, falando na Feira Internacional de Lisboa (FIL), perante militantes socialistas.

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Na sua intervenção, escreve a Lusa, o líder socialista procurou antecipar-se aos «riscos» de Portugal poder ter «um Orçamento feito com base em coligações entre a extrema-esquerda e a direita, só para tentar embaraçar o PS».

Sócrates não está disponível «para quem quer ajustar contas com o passado»

«A isso chamo politiquice, não chamo política para resolver nenhum problema do país», disse, antes de lançar um ataque à actual direcção do PSD.

«Não é razoável e não é justo que alguém antes de discutir o Orçamento do Estado para 2010 queira antes tirar cerca de 800 milhões de euros de receitas e acabe com alguns dos impostos apenas porque isso é simpático, popular e dá mais votos. Isso não é leal, porque estamos a um mês da discussão do Orçamento e porque quando se tira ao Estado 800 milhões de euros de receita tem de se explicar qual é despesa de que se abdica», afirmou, numa alusão à eliminação do pagamento especial por conta e também à suspensão do Código Contributivo.

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Neste ponto, o secretário-geral do PS lançou um ataque ao PSD. «Não sei se têm reparado no espectáculo absolutamente confrangedor do maior partido da oposição, que passou meses a falar em endividamento, e apenas numa manhã [no Parlamento] foi o principal responsável por tirar ao Orçamento 800 milhões de euros, criando dificuldades às contas públicas. Esse partido não tem nenhuma coerência e deu um sinal da profunda irresponsabilidade e de desvario».

Na sua intervenção, o secretário-geral do PS condenou também «as operações da oposição destinadas a recolher populismo fácil para satisfação de alguns eleitorados de pequenos partido».

«O PS não está empenhado numa agenda de competição ideológica seja com quem for [alusão ao PCP e Bloco de Esquerda], não quer o exibicionismo da afirmação política. Queremos servir o nosso país e sabemos bem qual é a nossa responsabilidade», contrapôs o secretário-geral do PS.

Para José Sócrates, Portugal não pode «regressar ao passado e fingir que nada aconteceu, não pode regressar a soluções que não servem o interesse de todos os portugueses, mas servem apenas o interesse de alguns grupos, de alguns sectores, que não têm a ver com o interesse geral».

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Neste contexto, lembrou então os resultados das últimas eleições legislativas, que deram um triunfo com maioria relativa ao PS.

«O PS ganhou as últimas eleições legislativas limpamente, ganhou-as no terreno do debate político. Essa vitória foi também a vitória da expressão popular - e o povo falou claro». No entanto, segundo Sócrates, «alguns não ouviram bem, mas o povo falou claro».

«O povo disse quem queria que governasse, depois de uma avaliação feita nos últimos quatro anos».

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