O Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas afirmou esta sexta-feira que quer ouvir os jornalistas do Público e do DN envolvidos na notícia que fez a manchete do jornal Diário de Notícia. O Conselho Deontológico considera que caso os factos forem confirmados, o caso «assume gravidade», revela à Lusa.
«Só avaliaremos a questão em concreto depois de ouvir os envolvidos. Tomando conhecimento sobre a matéria publicada pelo DN, há de facto uma série de questões que exigem comprovação por parte do Conselho», refere o presidente do organismo Orlando César.
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O Diário de Notícias avançou que o assessor do Presidente da República, Fernando Lima, foi a fonte do diário Público para a manchete de 19 de Agosto. O DN publica uma alegada mensagem de correio electrónico entre Luciano Alvarez e o correspondente da Madeira, Tolentino de Nóbrega, com instruções para seguir pistas fornecidas por Fernando Lima.
«Há uma série de questões que é preciso apurar para vermos claro. As relações com as fontes, a intervenção de fontes profissionais e a advertência da capacidade de clarividência do jornalista para avaliar o interesse das fontes» explica Orlando César.
«Atropelo da ética e deontologia»
Entretanto, esta tarde sexta-feira, o Conselho de Redacção do Público considera estar-se perante «um caso de atropelo da ética e deontologia jornalísticas», repudiando o artigo do Diário de Notícias por pôr em causa a credibilidade do jornal da Sonae.
Também a Direcção do jornal decidiu abrir um inquérito para averiguar quem divulgou o email interno ao «Expresso» e ao «Diário de Notícias». «Imediatamente após o primeiro contacto para o "Público" foi aberto um inquérito interno para tentar perceber como pode ter sido desviado um documento que apenas circulara por e-mail, no interior do jornal (...) entre um grupo muito pequeno de pessoas», refere um comunicado entretanto divulgado.
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