O novo aeroporto na margem sul do Rio Tejo pode alterar «os pressupostos» que estiveram na base do acordo assinado entre o Governo e a Lusoponte, em 1994. Isso mesmo foi reconhecido pelo ministro das Obras Públicas, Mário Lino, em várias intervenções públicas segunda-feira. Para chegar a «um novo acordo» com a empresa, a elaboração de um parecer pela Procuradoria-geral da República (PGR) será fundamental, segundo avança esta terça-feira o jornal Público.
O ministro das Obras Públicas, Mário Lino, e a Lusoponte encontraram-se segunda-feira pela primeira vez. O encontro visava abordar com a empresa a escolha do Campo de Tiro de Alcochete para o Novo Aeroporto de Lisboa e o contracto de exclusividade na gestão do atravessamento rodoviário entre as margens do Tejo na zona da Grande Lisboa.
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Portagens para «decidir depois»
Mário Lino reconheceu, no programa da RTP «Prós e Contras», segunda-feira à noite, que o encontro serviu apenas para saber se a Lusoponte estaria disposta a uma renegociação do acordo com o Governo. Facto que se confirmou.
«Acordo é prioridade»
Mário Lino admitiu, no almoço promovido pela Câmara de Comércio Luso-Britânica que «o contrato com a Lusoponte tem vários pressupostos, como o tráfego de veículos» e acrescentou que «se se construir uma nova ponte e ela retirar tráfego à Ponte Vasco da Gama, seria legítimo que a Lusoponte dissesse que lhe foi retirada uma parte substancial do tráfego, mas também é legítimo que se verifique o contrário, porque pode haver um aumento de tráfego não previsto. Pelo que teremos que reequacionar o contrato», concluiu.
Segundo o contrato assinado em 1994 a Lusoponte tem direito a receber um «valor» por cada veículo que atravesse o Tejo numa ligação que não seja explorada por si. Segundo alguns valores calculados pela Rave e divulgados pelo Jornal de Negócios quando houver o aeroporto na margem sul, deverão atravessar a nova ponte cerca 66 mil carros.
Aeroporto «aterra» em Alcochete
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