Manuela Ferreira Leite revelou, esta segunda-feira, na comissão de inquérito que tomou conhecimento da tentativa de compra da TVI por parte da PT no dia 23 de Junho, um dia antes de ter acusado o primeiro-ministro de mentir.
«Eu tomei conhecimento no dia 23, data em que os jornais i e Diário Económico publicaram a notícia», afirmou.
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Questionada pelo deputado do PS Vitalino Canas, a ex-presidente do PSD também negou ter conhecimento antecipado do despacho do procurador Marques Vidal, que dava conta dos «fortes indícios» da alegada intervenção do Governo no negócio.
Mas, de acordo com Ferreira Leite, o «ponto seríssimo é o envolvimento ou não do primeiro-ministro» e não o seu próprio conhecimento do negócio.
A social-democrata negou ter falado com várias entidades no dia 24 de Junho ou antes disso, entre as quais os responsáveis da PT ou da Media Capital, José Eduardo Moniz, José Sócrates, Cavaco Silva e qualquer pessoa ligada ao negócio.
«Falei com José Luís Arnaut [cujo escritório tem ligações à Ongoing]. Admito que ele falou comigo do negócio depois de eu ter denunciado a afirmação do primeiro-ministro», esclareceu.
Em relação às declarações de Pais do Amaral, que na comissão de inquérito revelou que a PT já tinha tentado comprar a TVI «três vezes», Manuela Ferreira Leite confirmou que já no Governo de Durão Barroso, quando era ministra das Finanças, «se falou no assunto», mas nunca formalmente.
«Não tive conhecimento directo. Comigo não houve esse contacto. E não foi assunto tratado em Conselho de Ministros», disse.
Acerca do negócio PT/Lusomundo, em 2005, quando já não era ministra, a ex-líder do PSD frisou que «o negócio foi comunicado ao Governo». «Evidentemente que o Governo tinha conhecimento. A goldenshare está sempre no espírito de qualquer ministro das Finanças ou membro do Governo», referiu.
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