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José Manuel Fernandes: Cavaco «esclarece» ou «enfraquece»

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Director do Público garante que o caso das suspeitas de Belém não terminou com a demissão do assessor do PR

O director do Público afirma que Presidente da República deve «fundamentar as suas suspeitas» após as eleições sobre alegadas escutas a Belém.

José Manuel Fernandes escreve esta terça-feira, em editorial, citado pela Lusa, que caso Cavaco Silva não o faça «terá enfraquecido a sua autoridade».

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Intitulado «o caso das suspeitas de Belém não acabou ontem», o texto do jornalista destaca três questões que considera necessário discutir, sendo a segunda e «a mais importante», o «comportamento» da Presidência da República.

«Na verdade, ao permitir que esta questão assumisse a dimensão que assumiu, Cavaco Silva, que já iria estar no olho da tempestade depois das eleições, colocou-se no olho de outra tempestade antes delas. Por isso, das duas, uma: ou a seguir a 27 de Setembro fundamenta as suas suspeitas, e age em conformidade, ou se se limitar a iniciativas pífias terá enfraquecido a sua autoridade como Chefe de Estado, porventura de forma irremediável», sustenta.

Para José Manuel Fernandes, «ninguém perdoará se se perceber que as suspeitas ou não existiam, ou não tinham fundamento, ou eram simplesmente paranóicas».

A primeira questão passa por saber «se o afastamento de Fernando Lima corresponde ao assumir pela Presidência da República de que as notícias sobre as suas suspeitas de estar a ser vigiada eram falsas ou, então, exageradas».

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Para o director do Público as declarações feitas por Cavaco Silva ainda em Agosto e na semana passada, «não permitem concluir que essas suspeitas não existem».

Mas José Manuel Fernandes vai mais longe ao defender que se o Presidente «as quisesse por fim desmentir teria ontem [segunda-feira] podido fazê-lo ao afastar o seu assessor das suas anteriores responsabilidades».

«De novo isso não aconteceu. Só aconteceu o que não podia deixar de acontecer: Fernando Lima deixou de ter condições pessoais e políticas para falar aos jornalistas, logo foi afastado das relações com a comunicação social», refere.

A terceira questão «que não pode ser esquecida» é a forma como este tema «rebentou» num jornal, isto é, as condições em que correspondência interna do Público saiu do jornal e quem a levou a um jornal [Diário de Notícias] que não quis fazer investigação própria, ao contrário do Expresso».

No editorial, José Manuel Fernandes elenca os factos que considera essenciais sobre o caso das alegadas escutas.

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«Sobre o comportamento dos vários órgãos de informação envolvidos já muito foi escrito. É matéria de opinião que envolve directamente o Público sobre a qual não nos pronunciaremos nem hoje, nem aqui. Relevante é analisar os factos políticos, não os factos mediáticos», escreve.

O editorial de hoje termina com um esclarecimento sobre as acusações feitas domingo nas páginas do jornal pelo Provedor do Leitor, Joaquim Vieira.

«Ao contrário do que afirmou o Provedor do Leitor, ninguém nesta empresa lhe vasculhou a correspondência electrónica. O Público continua sim a ser o espaço de liberdade que lhe permitiu fazer as críticas que fez».

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