É a recta final de uma campanha que só agora fez estalar o verniz entre os candidatos. Depois de acusar Manuela Ferreira Leite de falar mal da família social-democrata fora de portas, e de ter acenado com os regulamentos para garantir que a ex-ministra violou gravemente a cartilha de deveres como militante, Santana Lopes voltou aos ataques na noite desta quinta-feira, num jantar em Lisboa, perante cerca de 1000 apoiantes que vibraram com o discurso mais agressivo do ex-primeiro-ministro.
No ataque aos candidatos, agora que a campanha chega ao fim, o também líder parlamentar social-democrata garantiu que «quem passa a vida a fazer juízos de valor», mas não tem coragem de reafirmar as críticas cara-a-cara, «não está preparado para liderar o partido».
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Questionado pelo PortugalDiário, em entrevista no final do jantar, se a insinuação ia direita para Manuela Ferreira Leite, Santana Lopes retorquiu que a acusação tem «dois destinatários».
No jantar, em que garantiu que o partido não pode ser «uma coutada, uma reserva especial» para quem quer voltar para «chegar ao poder», Santana frisou que no PSD «não há cartões dourados», com «mais regalias». «Somos todos iguais».
E são as «bases» que não vão permitir que se eleja uma candidata «que foi levada ao colo», nem «um outro candidato», destinado «para depois de o tempo da candidata ter passado» - esta é a convicção de Santana: «O PPD/PSD profundo sabe que nenhum outro candidato à liderança conhece todos os dossiers de governação como eu. «Ninguém está tão preparado como eu».
Sobre o tema que marcou o dia no PSD - a entrevista de Ferreira Leite à revista «Sábado» - Santana Lopes voltou à carga, mas foi mais longe: «Quem não vota no PSD, deve optar por deixar o partido» e a militância.
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Ferreira Leite violou regulamento de militante
Já sem os gritos da jota, e em entrevista ao PortugalDiário, o candidato admitiu que as candidaturas estão taco-a-taco, mas diz estar em posição de sair vitorioso destas eleições directas.
Até porque, garante, muitos militantes mudaram o seu sentido de voto nos últimos dias. E porquê? «Curiosamente, ou talvez não, depois do debate na noite de quarta-feira, é impressionante o número de casos que nos chegam, de mudança de opinião ou de definição - pessoas que estavam indecisas e que optaram pela minha candidatura». Do que o social-democrata não tem dúvidas é de que quanto mais militantes votarem, «maior será» o resultado.
«As atitudes escondidas atrás do discurso de campanha»
Mais mais: segundo Santana Lopes, o debate na SIC serviu para desmascarar «alguns candidatos»: «Consegui explicar aos militantes o que são as atitudes de algumas pessoas, que podem estar escondidas atrás do discurso de campanha, mas que são as mesmas de vários anos».
Em apenas duas semanas, Santana Lopes fez mais de 12 mil quilómetros, segundo nos disse em entrevista. Mas ao contrário das outras candidaturas, que também receberam os nossos pedidos insistentes, apenas o líder parlamentar do PSD se mostrou realmente disponível para ceder algum do seu tempo aos leitores do IOL.
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