Luís Filipe Menezes afirmou que o agendamento potestativo das audiências parlamentares com o ministro das Finanças e o governador do Banco de Portugal será a «ultima tentativa» antes do PSD avançar com um pedido de inquérito parlamentar, informa a agência Lusa. O partido entrega na segunda-feira o pedido de agendamento potestativo na Assembleia da República.
Constâncio recusou ser ouvido na próxima semana
PUB
PS: adiamento de audição de Constâncio é «normal»
«Não é isso que queremos, mas estamos disponíveis para pedir um inquérito parlamentar. Este agendamento potestativo é a ultima tentativa para obrigar o ministro das Finanças e o governador do Banco de Portugal a irem com rapidez, ainda esta semana, ao Parlamento», frisou, recordando que solicitou a 21 de Dezembro a audição parlamentar de Vítor Constâncio e de Teixeira dos Santos, actual ministro das Finanças, na qualidade de ex-presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.
«Acontece que, de forma evidente, o governador do Banco de Portugal e o ministro das Finanças não estão a querer esclarecer o que precisa de ser esclarecido e com a brevidade necessária», salientou.
Menezes considerou que o PSD «tem sido tolerante», mas afirmou que «um mês e alguns dias para uma entidade pública ir ao Parlamento é algo inédito», admitindo que esta atitude «tem a ver com deixar passar o tempo para que exista uma conjuntura em que as explicações já não sejam necessárias».
PUB
«Trata-se, no entanto, de matéria estrutural do ponto de vista do funcionamento do Estado de direito e não vamos abdicar de fazer essas audições. Andamos nisto há semanas, com adiamentos sucessivos que são inaceitáveis e um grande desrespeito para com o Parlamento», afirmou.
Para Menezes, «teria sido bem interessante que estes esclarecimentos fossem dados antes do dia 15 (data da Assembleia Geral do BCP), seria um acto de grande transparência».
Portas também critica
Relativamente à ida do governador do Banco de Portugal à Assembleia da República, Paulo Portas disse que o seu partido defendeu há 10 dias a possibilidade de ser constituída uma «comissão de inquérito» a Vítor Constâncio.
«Eu acho absolutamente extraordinário que o governador do Banco de Portugal ainda não tenha percebido que, quanto mais ele adia, quanto mais ele se esconde, mais o país perde o respeito pela isenção e credibilidade dele», afirmou.
PUB