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Stands cobram margens brutas de 20 a 40% na venda de carros

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Os stands portugueses cobram margens brutas de 20 a 40 por cento na venda de carros usados, revelam os resultados de um estudo realizado pela AutoParticular, uma nova plataforma de compra e venda de veículos usados, apenas para particulares.

«Os stands cobram, na sua maioria, margens brutas entre 20 e 40%», disse o director-geral da empresa, Pedro Avilez, em conferência de imprensa, explicando ainda que estas margens têm vindo a aumentar, devido à quebra das vendas, o que gera um ciclo vicioso, uma espécie de ¿pescadinha de rabo na boca¿».

A Associação Portuguesa de Comércio Automóvel (ACAP) estima que existem 12 mil entidades que comercializam automóveis em Portugal, mas o director-geral da AutoParticular não acredita que vão além dos 6 ou 7 mil. E explica que «mesmo que fossem vendidas 500 mil viaturas por ano, ou seja, cerca de 41.500 carros por mês, se dividirmos esse número por 12 mil operadores, teríamos uma média de 3,4 carros por mês por empresa. O que é muito pouco. Para se manterem em actividade, teriam de cobrar margens brutas muito, muito altas, porque também têm custos com a actividade», conclui.

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Mercado de usados tem o dobro da dimensão do de carros novos

Segundo dados citados pela empresa, o mercado de usados em Portugal tem sensivelmente o dobro da dimensão do de carros novos, tendo em conta que o primeiro ronda as 430 mil unidades e o segundo apenas 250 mil.

Numa altura em que as vendas de carros novos estão a cerca de 60% do volume registado há 6 ou 7 anos, a empresa acredita, com base nos estudos que fez do mercado, que todos os meses existem cerca de 50 mil portugueses que pensam seriamente em trocar de carro, sendo que em apenas 15 mil casos a escolha recai sobre um veículo novo.

Mais do que a crise, com a falta de dinheiro nos bolsos dos particulares que lhe está há já algum tempo associada, a Auto Particular acredita que a quebra no mercado automóvel se deve sobretudo a alterações de comportamento e características, tanto do lado da procura como do lado da oferta.

Falta de confiança afecta vendas

Um dos factores determinantes para esta evolução tem sido a forma como os profissionais do sector são «vistos» pelos consumidores, e que não é a melhor. «Neste sector, como em todos os outros, há pessoas mais honestas que outras e, infelizmente, acaba por pagar o justo pelo pecador», diz.

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A maioria dos consumidores entrevistados pela Auto Particular durante a fase de estudo do mercado, revelou-se «descontente», explicou o presidente da empresa, Pedro Avillez.

«Quando as pessoas vão a um stand vender o seu carro usado, parece que o carro não vale nada e que o stand lhes está a fazer um favor. Mas quando alguém lá vai comprar um carro usado, parece que o mesmo é de ouro», exemplificou. «No fundo, as pessoas ficam com a sensação de que os stands pagam muito pouco pelos carros e os revendem a preços muito mais elevados. Não existe confiança nos profissionais do sector, as pessoas têm medo de serem enganadas».

«Em algumas empresas, os vendedores dizem sempre que o carro pertenceu a uma velhinha que só o tirava da garagem aos domingos, para ir à missa», ironiza. O que acontece é que, mais tarde, o carro revela problemas que, de acordo com o seu teórico historial, não deveria apresentar.

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