Já fez LIKE no TVI Notícias?

ParaRede ainda não sentiu nenhum choque tecnológico

Relacionados

Para o administrador da ParaRede, Pedro Rebelo Pinto, o Governo deveria tomar algumas medidas corajosas, como a redução do IRC, o que no entender do mesmo, será difícil já que vai a meio de um mandato. Em entrevista à «Agência Financeira», o responsável garante ainda que não sentiu nenhum choque tecnológico.

O que é que o Governo poderia fazer para estimular o sector das tecnologias de informação?

O sector público não tem sido o enfoque principal da nossa actividade. É um sector importante, temos feito alguns trabalhos mas não há uma grande dependência nesse sector. O ciclo de venda e de cobrança da administração pública é completamente diferente, se o tivéssemos como nosso alvo teria sido muito mais difícil levantar a empresa em tão pouco espaço de tempo. Não nos têm afectado as políticas governamentais no sentido de haver mais ou menos investimento nas tecnologias de informação. O Governo falou muito em plano tecnológico mas ainda não sentimos qualquer mudança.

PUB

Mas tinha sido prometida uma grande modernização da administração pública¿

Mesmo que isso tivesse acontecido não teríamos sido os principais beneficiados mas a verdade é que não notamos nenhuma diferença nem nenhum crescimento no sector. Houve se calhar uma grande expectativa com o choque tecnológico, que no meu entender, não se verificou.

Se houve, os efeitos ainda não estão à vista. Mas parece-me que não houve grande choque tecnológico. As intenções parecem-me positivas, estão a ser feitas algumas coisas mas tudo isto tem efeitos a médio prazo. A palavra choque tem esse problema, parece que no dia seguinte já se notam os efeitos. É certo que o Governo tem tomado algumas medidas e tem investido para simplificar o acesso à administração pública. Este tem sido um dos principais problemas do país.

IRC é inibidor de investimento

Defende uma redução de impostos??

Sim, apesar da Pararede ter reporte fiscal durante uns tempos, como gestor defendo que os impostos nas empresas deveriam ser reduzidíssimos, inexistentes, como é o caso do IRC. Este é um imposto limitativo ao investimento estrangeiro e nacional. Os particulares já pagam impostos, o que acaba por ser uma dupla tributação que não faz sentido. É inibidor de investimento, de criar riqueza e de aumentar empregos. O nosso IRC teria de ser, no mínimo, mais ou tão competitivo como os maiores da Europa. Como é que vamos atrair investimento para Portugal, estando na periferia da Europa, se não temos condições de IRC?

PUB

Qual seria a taxa ideal?

Deveríamos seguir, por exemplo, o caso da Irlanda. Mas não falo dos grandes projectos, porque esses são negociados caso a caso, falo sim de um negócio normal. Como é que esses hão de vir para Portugal se somos periféricos, se temos custos agravados de transportes e se não é nossa intenção termos mão-de-obra mais barata? Temos de ter no mínimo uma política fiscal atractiva, defendo um choque fiscal no IRC. Se os investidores já são tributados quando recebem os dividendos, porque é que hão-de ser tributados no IRC? Se esse dinheiro for reinvestido para criar mais empregos para criar mais riqueza estamos a ganhar. Mas depois temos o problema da doença orçamental.

Uma doença que nos acompanha há muitos anos¿

Para baixar o IRC teríamos de assistir nos primeiros anos a uma redução da receita fiscal e como é se financia isso? Como é que se diminui os custos da administração pública que todos sabem que são exageradíssimos? Tem de haver um conjunto de medidas corajosas e difíceis de tomar.

PUB

Mas será difícil de tomar para um Governo que já está a meio de um mandato?

No IRC acho pouco provável actuar, porque teria de ser compensado de uma forma muito mais impopular. O IRC é um imposto disfarçado, tal como o IVA, mas que apesar de se pagar indirectamente ainda se sente no bolso, no entanto, nunca chega aos particulares.

Veja a entrevista completa nos artigos relacionados

PUB

Relacionados

Últimas