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Aumento do consumo de electricidade abrandou em 2006

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A Quercus (Associação Nacional de Conservação da Natureza) chegou à conclusão que o consumo de electricidade, em 2006, continuou a crescer, mas a um ritmo muito inferior ao do ano anterior.

Para estas contas, a associação recorreu aos dados disponibilizados pela Rede Eléctrica Nacional (REN) relativos à totalidade do ano de 2006.

Apesar do consumo continuar a crescer foi a um ritmo «muito mais lento» em 2006 que em 2005. Entre 2004 e 2005 o consumo de electricidade aumentou 5,4%, enquanto que entre 2005 e 2006 o aumento foi de 2,6%, menos de metade do verificado no período anterior. «Esta queda é muito significativa é muito positiva para o futuro, no sentido da redução da nossa dependência externa em termos de combustíveis e de maior peso das energias renováveis, deve-se a um conjunto de factores que é difícil individualizar», refere a Quercus em comunicado.

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Estes factores estarão relacionados com a maior conservação de energia no sector doméstico e nos serviços através de mudanças de comportamentos, motivada principalmente por razões e/ou dificuldades económicas que obrigam à poupança mas também por uma maior sensibilidade ambiental, e à maior eficiência energética de novos equipamentos.

Renováveis cada vez mais importantes

Outro ponto assinalado pela associação é o facto da produção de electricidade por fontes renováveis ter passado de 15,9% em 2005 para 31,7% em 2006, ou seja, praticamente duplicou o seu valor percentual. Para além disso, a energia eólica continua a ganhar peso na produção de electricidade, passando de 4,1 para 6,5%; o seu crescimento (em termos de produção) foi porém mais acelerado entre 2004-2005 (121%) do que entre 2005-2006 (67%). No contexto das energias renováveis, a energia eólica representou cerca de 21% da produção em 2006. Por fim, concluíram que as albufeiras se encontravam, no final de 2005, a 51% do seu armazenamento máximo, enquanto que no final de 2006 se atinge os 75%.

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A Quercus estima, assim, em 3 milhões de toneladas de dióxido de carbono a redução de emissões no sector eléctrico entre 2005 e 2006 (5% das emissões do ano base de 1990 em termos de Protocolo de Quioto) devido ao maior peso da componente de produção renovável de electricidade neste último ano.

Ainda a central termoeléctrica de Sines deverá continuar a ser a empresa em Portugal com maior deficit de emissões de dióxido de carbono, ainda maior em 2006 que em 2005 (cerca de 850 mil toneladas acima da licença atribuída, o que significaria a preços actuais um sobrecusto de cerca de 4 milhões de euros).

«Portugal terá dificuldades em atingir meta de produção de electricidade por fontes renováveis (39% em 2010), a intensidade energética tem de decrescer mais e o aumento de preço da electricidade vai obrigar a maiores poupanças», diz a Quercus.

Electricidade produzida através de renováveis nos 32%

Em 2006, Portugal apresentou uma percentagem de electricidade produzida a partir de fontes renováveis na ordem dos 32%. Sabendo que grande parte (quase 80%) é proveniente da componente hídrica muito sujeita às variações climáticas e a restante da componente eólica, «urge apostar na diversificação das fontes e na redução do consumo para que as energias renováveis ganhem maior peso».

Aumentar em 7% a componente de electricidade a partir de fontes renováveis em três anos (até 2010) para dar cumprimento a uma Directiva Comunitária não vai ser fácil sem um esforço significativo de desburocratização no incentivo à produção de energias renováveis, nomeadamente a uma escala mais pequena e distribuída.

O facto do consumo de electricidade continuar crescer mais do que a produção de riqueza avaliada pelo Produto Interno Bruto (2,6% de consumo de electricidade para uma variação positiva do PIB de aproximadamente 1,4%), significa que Portugal continua a agravar a sua intensidade energética ao nível da electricidade (precisamos de cada vez mais electricidade para produzir uma unidade de riqueza), sendo que o «valor apresentado pelo nosso país é dos mais elevados a nível europeu».

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