O ex-presidente da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), Jorge Vasconcelos, esteve esta quarta-feira a ser ouvido no Parlamento e fez algumas acusações.
Jorge Vasconcelos, que explicou aos deputados o porquê da sua demissão, afirmou que o actual Governo introduziu um elemento de arbitragem que levou ao fim da regulação de energia. «A actuação do Governo tem sempre beneficiado os produtores em detrimento dos consumidores». De acordo com o mesmo, o Governo veio também acumular uma dívida de mais de 800 milhões de euros. «É o fim da regulação da energia. Quando percebi que tinham acabado as condições de regulação, decidi que devia apresentar a minha demissão», comentou.
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O responsável adiantou ainda outros números e revelou que de 1998 a 2004 o lucro da EDP Distribuição se reduziu apenas em cerca de 50% (de 313 milhões para 143 milhões de euros). Isto numa altura em que os custos de produção aumentaram 64% (de 227 milhões para os 372 milhões de euros).
O mesmo acrescenta que a ERSE «foi assombrada por um final triste, mas mais vale isso do que uma tristeza sem fim». Jorge Vasconcelos diz não ter apresentado imediatamente a sua demissão quando se conheceu a intenção do Governo porque sabia que há sempre a possibilidade de rever estas medidas. «A minha disponibilidade para tentar encontrar soluções foi total e até ao fim», afirmou. O mesmo referiu ainda que propôs soluções ao executivo que implicavam uma redução de custos de interesses económicos e que não iam contra a lei comunitária. Soluções essas que passariam por reduzir os proveitos dos produtores, «como já foi feito noutros países». Quanto a não aceitação destas soluções, o responsável respondeu apenas: «Isso tem que perguntar ao Governo».
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