Questionado sobre as tarifas para o próximo ano, o mesmo respondeu: «Neste momento, fazer considerações sobre isso era funcionar com base numa bola de cristal», sublinhando que ainda não tem conhecimento do que de facto o Governo vai fazer no âmbito dos preços da energia com a prevista implementação dos CMEC (custos de manutenção do equilíbrio contratual), em substituição do actual modelo dos CAE (contratos de aquisição de energia).
Ainda à margem de um debate sobre um estudo do «Mercado Europeu de Energia» da consultora Europgroup, e sobre a actuação do Executivo com este novo modelo, Vítor Santos disse ter expectativas que seria feito um «alisamento» dos preços da energia até 2010/2011. «Os consumidores pagarão menos do que pagam actualmente», adiantou, referindo que será também promovida a concorrência com o fim dos contratos a longo prazo. «Da conjugação destes dois efeitos, um no curto prazo e outro no curto/médio prazo, haverá vantagens significativas para os consumidores».
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O presidente da entidade mostrou-se assim positivamente expectante quanto aos efeitos dos CMEC e das resultantes negociações entre as empresas, nomeadamente da REN com os produtores. Para o responsável, o decreto-de-Lei que leva a efeito os CMEC ainda não entrou em vigor apenas porque faltam elaborar portarias e promover negociações entre as empresas.
Mesmo assim, Vítor Santos admitiu que a tendência é que os preços da energia aumentem mais do que ao nível da inflação, que «será uma inevitabilidade a curto prazo».
A ERSE defendeu também, durante o debate, que mais importante que reduzir o grau de concentração com que as empresas europeias do sector actuam, é «acabar com os contratos a longo prazo, de forma a ser positivo para os consumidores».
«Para a concretização do MIBEL, há dois problemas a ser resolvidos: procurar por mercados a funcionar a spot e a prazo e a harmonização regulatória», considerou.
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