A Energias do Brasil, holding do grupo português EDP e controladora de activos de comercialização, geração e distribuição, vai reforçar a sua aposta na energia hídrica e eólica, em novos projectos que estão em estudo e dos quais podem resultar investimentos de 2,9 mil milhões de euros (4,5 mil milhões de dólares).
De acordo com a «Valor Online», a empresa estabeleceu, recentemente, parcerias com vários «players» do sector eléctrico no Brasil, além de algumas construtoras, e iniciou estudos de viabilidade de barragens e eólicas. São 2 mil MegaWatts (MW) em prospecção.
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O presidente da holding, António Pita de Abreu explicou que, desse montante, 500 MW são de fonte eólica e o restante é hidroeléctrico.
Os números ainda poderão sofrer alterações no decorrer dos estudos, mas a previsão é de dois anos de pesquisa para todos esses projectos. A parte que cabe à Energias do Brasil prevê um desembolso de 7,1 milhões de euros para a realização dos levantamentos, avança ainda a revista brasileira.
Acordos com Cemig e Eletronorte
Pita de Abreu revelou também que a companhia assinou acordos com as estatais brasileiras Cemig e Eletronorte, além das construtoras Engevix, Andrade Gutierrez e a Concremat Engenharia. São esses acordos que dizem respeito aos 2 mil MW que hoje estão no horizonte dessa holding, e que já possui um parque gerador de 1.043 MW.
De todos as negociações, o laço maior é com a estatal mineira Cemig. Segundo o contrato actual, juntas, as companhias são responsáveis por estudar a viabilidade de erguer um parque eólico de 500 MW no Estado do Espírito Santo e de viabilizar 360 MW de hidroeléctricas em Minas Gerais.
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Grupo quer aumentar receitas com geração
Contudo, a parceria com a Cemig não se limita a esta empreitada. As duas empresas, ao lado de Andrade Gutierrez e Concremat, vão estudar a possibilidade de construir hidroeléctricas que somem 674 MW também em Minas Gerais. A diferença entre este contrato e o anterior é que as construtoras terão o direito de cuidar das obras civis dessas futuras barragens. «A Andrade Gutierrez e a Concremat possuíam o inventário desses 674 MW. Mas nossa sociedade com a Cemig é igual nos dois casos, ou seja, temos 51% dos projectos e 49% pertencem ao grupo mineiro», conta o executivo, citado pela «Valor».
Tendo em conta estas iniciativas e decisões do Grupo-como a constituição da Enernova, braço que vai agrupar investimentos em PCHs, biomassa e eólicas-fica claro que o alvo da Energias do Brasil é aumentar as receitas com a geração.
As acções da EDP seguem a subir 1,68 por cento para os 3,95 euros.
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